O secretário das Cidades, Humberto Costa, e o presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Dilson Peixoto, anunciam, nesta quarta-feira, a abertura do processo de licitação para a escolha do novo sistema central de bilhetagem eletrônica do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife.

Os detalhes sobre o tema serão divulgados pela Secretaria das Cidades no começo da tarde, depois de meses de discussão.

Entenda o rolo: A licitação é bastante polêmica e arrasta-se desde o final do ano passado, tendo inclusive repercussão na campanha eleitoral.

De cara, o que está em jogo é a megalicitação para a contratação da automatização do pagamento do sistema de ônibus da Região Metropolitana do Recife.

O contrato acabou no ano passado e foi prorrogado emergencialmente.

No final do ano passado, o governo do Estado colocou um edital na rua, mas ele foi suspenso pela nova gestão, sob a alegação de necessidade de maiores estudos quanto à tecnologia a ser adotada - cartões mais modernos (que dispensam contato com a catraca) ou menos modernos (que exigem o contato com a catraca).

A EMTU suspendeu a licitação em janeiro, cancelou em defintivo em abril, depois de mandar um comissão interna estudar o tema.

O resultado sempre foi aguardado com ansiedade nos meios empresariais, pois envolve recursos milionários.

São R$ 40 milhões por mês que o sistema movimenta.

São R$ 480 milhões por ano circulando no sistema.

A licitação envolvia recursos da ordem de R$ 10 milhões e em síntese é a escolha de um novo fornecedor para os cartões magnéticos.

Dilson demorou porque tinha que submeter tudo ao crivo do secretário de Cidades, Humberto Costa, e ao governador Eduardo Campos.

Segundo explicou Dilson Peixoto, o cartão atual, pela necessidade de ser inserido nas catracas e retirado, atrasava a operação. “O ideal é termos cartões que precisam apenas ser lidos eletronicamente, para termos operações mais ágeis para os passageiros???, disse.

Numa situação que pode ser interpretada como recuo em favor dos empresários, Dilson Peixoto admitiu a possibilidade de que o próprio sindicato do setor faça a licitação.

Depois, não se falou mais nisto, situação que pode ser esclarecida amanhã. “Caso a gente repita o modelo já realizado pela EMTU, com a licitação feita pelo sindicato, ganhamos em agilidade na contratação.

Mas os equipamentos precisam ser aprovados pela EMTU e a tecnologia também???, defendeu.

Numa entrevista exclusiva ao Blog de Jamildo, em Minas Gerais, a empresa reafirmou interesse na licitação, condicinando a sua participação a uma disputa limpa, mesmo mantendo uma disputa judicial com os empresários de ônibus, que estão tomando parte da comissão especial.

A Tacom disse que poderia oferecer qualquer serviço solicitado pelos empresários e tem até experiência internacional, prestando serviços no Equador, na cidade de Guaiaquil.

Numa sinalização de que poderia desistir da licitação e entregar o contrato para o Setrans, Dilson Peixoto chegou a afirmar que já tomou a decisão de que não haverá recursos públicos para bancar a modernização e que a ampliação terá que ser bancada pelo sistema, pois é interesse do próprio empresário reduzir custos operacionais, para evitar aumento das passagens.

Uso de recursos públicos pressupõe licitação.

Como não haveria dinheiro público, não haveria licitação.

Como vai ter licitação, então, vai ter dinheiro público, é o que se pode presumir.