O juiz Adeíldo Nunes, da 1a Vara de Execuções Penais de Pernambuco disse nesta segunda (12) que precisaria de apenas oito dias para julgar todos os processos de progressão de pena relativos aos presos do Aníbal Bruno.

Mas, antes disso, seria necessário que o governo do Estado promovesse um mutirão no sentido de organizar as solicitações dos presos e enviá-las à Vara de Execuções Penais.

Nunes contou que, no momento, está absolutamente em dia com todos os processos sob sua responsabilidade.

Ele conversou com o Blog depois de se reunir com a deputada Terezinha Nunes (PSDB), que preside a Comissão de Cidadania da Assembléia.

A parlamentar visitou o Aníbal Bruno e ficou preocupada com o que encontrou, depois das rebeliões ocorridas entre a noite do domingo e a manhã da segunda. “A bomba está chiando e nós precisamos apagar o pavio”, disse Terezinha. “Um preso me disse na presença do Secretário (de Ressocialização) Humberto Viana que pagou R$ 1.500,00 reais para dormir em uma cela e que, se não pagasse, teria que dormir nos corredores dos pavilhões”.

Segundo ela, também existe, por parte dos chaveiros–presidiários, uma cobrança para que os demais detentos possam tomar banho de sol.

Terezinha citou a situação dos policias que trabalham no local e estão inseguros por causa da falta de pessoal. “É preciso chamar o Governo Lula para que, liberando verbas, possa ser feita a construção de novos presídios, pois 200 detentos terão que ser transferidos, após a rebelião, para outras unidades já lotadas”, disse a parlamentar em pronunciamento na Assembléia.

O Aníbal Bruno deveria abrigar 1.400 presos.

Sua população atual já vai em 3.600.

ENCONTROS CONJUGAIS O juiz Adeíldo Nunes também pretende, até o dia 10 de dezembro, regulamentar a entrada de menores nos presídios do Estado, observando o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Execuções Penais. “Vamos proibir a entrade de menores durante o encontro conjungal, por exemplo”, disse.

Segundo ele, serão estabelecidos horários específicos para visitas de parentes e encontros conjugais.