O prefeito do Recife João Paulo aproveitou a presença de cerca de 1,5 mil pessoas, em sua festa de aniversário nesse sábado (10), para desarmar uma especulação que vem ganhando corpo no Recife: a de que ele pretende viabilizar sua candidatura a governador em 2010, disputando contra o próprio Eduardo Campos que, à época, será o candidato natural das chamadas esquerdas para tentar a reeleição.
A insistência do prefeito em defender o secretário de Planejamento e Orçamento João da Costa como candidato em 2008 seria parte deste plano, já que, caso conseguisse fazer o sucessor, João Paulo estaria acumulando um capital político para alçar vôos mais altos, mesmo rachando o PT.
E neste sentido, ainda segundo a especulação, estaria prevista até uma aliança com Jarbas Vasconcelos, com quem o prefeito sempre manteve um bom relacionamento enquanto o peemedebista governou o Estado. “Quero que fique bem claro para todos os companheiros aqui: sou pela reeleição de Eduardo em 2010.
Ele vai ser candidato à reeleição em 2010.
Não posso é abrir mão da condução da minha sucessão (em 2008) e do direito legítimo de revelar minha opção.
João da Costa não é uma imposição.
Quem vai decidir é o PT”, destacou no discurso, assistido pelo próprio Eduardo, lideranças do partido, militantes e todos os pré-candidatos de sua base aliada: Luciano Siqueira (PCdoB), Maurício Rands (PT), Pedro Eugênio (PT) e Sílvio Costa Filho (PMN). “Isso é uma colocação de extrema maldade, querer me colocar como ameaça à reeleição de Eduardo.
Uma colocação venenosa. É a questão de querer passar uma mentira como se fosse verdade”, lamentou o prefeito em entrevista à imprensa, pouco antes do discurso.
Mesmo assim, enquanto ele falava com os jornalistas, um militante lhe deu um abraço, acompanhado pela frase: “Meu governador”.
João Paulo sorriu, mas logo tratou de desfazer qualquer interpretação indesejada por parte dos repórteres. “Isso é coisa isolada.
As pessoas dizem isso por carinho a mim”.
Por sua vez, o governador Eduardo Campos, que passou cerca de 40 minutos na festa promovida em uma cachaçaria, na Imbiribeira, não discursou, mas reafirmou sua confiança em João Paulo na condução do processo sucessório no Recife. “Vou subir com João Paulo no palanque que vai unir todas as forças do governo.
Cabe a ele coordenar a escolha, tem capacidade e mais tempo para isso.
Os intriguentos de plantão não vão conseguir nos intrigar”, disse o socialista para quem o debate interno é uma característica do PT.
Já o secretário João da Costa, que comemorou seu aniversário junto com o prefeito nesse sábado, evitou o tom político em seu discurso.
Destacou apenas a amizade e o trabalho que o une a João Paulo em 20 anos de militância.
O prefeito completou 55 anos em 31 deoutubro.
João da Costa fez 47 na última terça (6). (Com a editoria de Política do JC)