A Associação dos Magistrados Brasileiros será presidida, pela primeira vez, por um magistrado do Norte/Nordeste do País, após 58 anos de história.

O juiz pernambucano Mozart Valadares, atual presidente da Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe), depois de três horas de apuração, acaba de ser eleito como novo presidente da AMB, para os próximos três anos (2008/2010).

Ele foi eleito com 5.487 votos (82,65%), contra 1.152 (17,35%) votos do candidato da oposição, o juiz do Piauí Carlos Hamilton.

Ao todo, foram computados 6.639 votos válidos – 6.808 magistrados participaram da eleição.

A AMB tem cerca de 14 mil filiados em todo o país.

Em Pernambuco, 588 magistrados estavam aptos a votar.

Ao todo, 403 magistrados compareceram às urnas - 342 magistrados votaram em Mozart Valadares e 57 em Carlos Hamilton – quatro votaram em branco.

A apuração em Pernambuco terminou por volta das 21h.

A posse da nova diretoria acontece no próximo dia 12 de dezembro.

Temas de um judiciário moderno Após a eleição, o candidato vitorioso reafirmou o compromisso de continuar discutindo os grandes temas nacionais, como corrupção, reforma política e nepotismo.

Uma das bandeiras de sua administração será a defesa de uma nova forma de acesso aos tribunais superiores do País (Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal) e o combate à aposentadoria compulsória aos 75 anos.

Mozart Valadares Pires lutou pelo fim do nepotismo, denunciando casos praticados no Judiciário de Pernambuco e conseguiu grandes vitórias no Conselho Nacional de Justiça, como a recente determinação de demissão de casos de nepotismo cruzado identificados no TJPE e denunciados pela Associação dos Magistrados de Pernambuco.

Também teve importante empenho no ajuizamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, culminando com a revogação de uma resolução editada pelo Conselho Nacional de Justiça, que colocava as justiças Federal e do Trabalho em patamar superior ao Poder Judiciário Estadual - uma declaração da importância da Justiça Comum para o aperfeiçoamento da democracia brasileira.

O nome de Mozart Valadares também aparece nas lutas pela permanência da aposentadoria compulsória aos 70 anos; na conquista da eleição de metade dos componentes da corte especial dos tribunais pelos respectivos plenos, iniciando um necessário e esperado processo de democracia interna no Judiciário e na determinação do voto aberto e fundamentado nas promoções por merecimento dos magistrados.