Seis meses após do início da construção do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, os empresários do setor metalmecânico de Pernambuco resolveram buscar parceria internacional com o objetivo de fornecer produtos para o empreendimento.

Esta semana um grupo liderado pela Delegação Comercial Holandesa e Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (Simmepe) está conhecendo estaleiros nas cidades de Rotterdam e Haia e iniciando negociações com empresas que atuam no setor da indústria naval na Holanda.

A Galvanisa, por exemplo, investiu R$ 1 milhão em maquinário e software de olho no estaleiro.

A especialidade da empresa é a produção de ferro galvanizado.

A Galvanisa está em contato com empresas na Holanda para adquirir transferência de tecnologia para agilizar os processos.

Entre os seus clientes estão a Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Petrobrás e Gerdau. “Estamos nos preparando há mais de um ano para nos credenciar como fornecedores do Atlântico Sul” afirma a empresária Débora Bezerra, que destacou o interesse em fazer parceria com empresas holandesas do setor da indústria naval.

A Oásis que atua no mercado de projetos mecânicos para indústrias está em contato com a Rubber Design, empresa holandesa, especializada na fabricação de componentes para a indústria naval. “A Rubber quer entrar no mercado de navipeças no Brasil e nos contactou para uma joint-venture com o intuito de fornecer peças para o estaleio Atlântico Sul”, comemora o executivo da Oásis Francisco Neto.

O chefe da Delegação Comercial Holandesa Dirk Meewis prometeu ao presidente do Estaleiro Atlântico Sul enviar num prazo de 60 dias um relatório com possíveis empresas holandesas que possam firmar joint-venture com empresas de Pernambuco. “Empresas como a do estaleiro Merwede Shipyard tem todo interesse em fazer joint-ventures com fornecedores locais, e enxergam o Atlântico Sul como uma excelente oportunidade de negócio.” explica Meewis.

O gerente comercial do Estaleiro Merwede J.

Mattijs Faber disse que a empresa que ele representa deseja entrar no mercado da indústria naval no Brasil. " Estamos abertos à parcerias" disse o executivo.

O presidente do Estaleiro Atlântico Sul, Paulo Haddad, que também integra a missão, diz que a fábrica tem o maior interesse em trabalhar com fornecedores nacionais.

As empresas de Pernambuco estão se articulando para formar um pólo de navipeças, e a missão foi uma boa oportunidade de colocá-las em contato com as empresas holandesas que têm grande expertise no setor", explica Haddad.