O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) aproveitou, nesta quinta-feira, uma aparte à senadora Kátia Abreu (DEM-TO), relatora da prorrogação da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para criticar a decisão da liderança do PMDB de fechar questão pela manutenção do “imposto do cheque”. “Em lugar nenhum no mundo, partidos políticos se reúnem para estabelecer que o parlamentar, seja deputado, vereador ou senador da República, vote a favor de aumento de impostos ou pela manutenção da carga tributária”. “Veja a ridicularia a que nós estamos submetidos.

Várias.

A ridicularia chegou à mediocridade de ameaçar, de novo – aquele triste episódio de há um mês –, de tirar as pessoas até das Comissões”, desabafou Jarbas, relembrando a decisão da liderança peemedebista (depois revista) de afastá-lo e ao senador Pedro Simon (PMDB-RS) da CCJ.

O senador peemedebista elogiou a relatora da CPMF. “A senadora vem se destacando exatamente pela determinação e pela seriedade.

Essas duas marcas têm se sobressaído nesse debate tão medíocre – o Governo, via de regra é medíocre – e, normalmente, as pequenas, médias e grandes causas também têm o aspecto e a tonalidade da mediocridade”.

No Senado, Jarbas Vasconcelos rebateu a argumentação de setores governistas, de que a CPMF não afeta os mais pobres. “O pobre paga talvez mais do que o rico. É um imposto para evitar sonegação?

Se é um imposto para evitar sonegação, por que não se estabelece uma alíquota de 0,001%?

Por que não se discutir outros impostos e só se discute a CPMF?

Porque outros impostos não estão em discussão.

O Imposto de Renda não está em discussão.

O que está em discussão agora – e tem uma sobrevida até 31 de dezembro – é a CPMF”.

Para o pernambucano, o Senado tem a “oportunidade rara” de reduzir essa carga tributária, “mesmo minimamente, mesmo um pouquinho só”. “É importante que o Senado dê essa demonstração de altivez, de coragem, de independência, sem sabujice, procurando votar contra a CPMF e mostrar à população de que é obrigação do Governo Federal reduzir as suas despesas e cortar impostos”.