Caro jornalista Jamildo Melo, Em resposta aos comentários virulentos assacados contra a minha pessoa e as ONG’s, veiculados em seu blog, anonimamente, cabe dizer: demonstram que as pessoas são desinformadas, parece-me viúvas do período da ditadura.
Em um deles, sarcasticamente, diz-se que passei a vida “segurando a alça do caixão do meu irmão Fernando”.
Essa pessoa deveria saber que Fernando é um desaparecido político, eufemismo de morto sem sepultura.
Portanto, mesmo que desejasse segurar a alça do caixão de meu irmão, não teria como fazê-lo, pois, no caso, foi negado o direito sagrado e contido em todas as sociedades, desde as mais primitivas, o de sepultar seus entes queridos, evidentemente, pegando a alça do caixão.
Cabe explicitar ainda que sempre fui muito ético nessa questão, não permitindo misturar a história de luta (o herói prateado, que foi meu irmão e todos aqueles torturados e mortos em defesa de um ideal), com a vida político-partidária dos dias atuais.
Resta dizer que as ONG’s citadas no texto são entidades sérias, fazem política pública.
Muitas dessas políticas foram absorvidas pelo estado, assim como o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, o Programa de Proteção às Vitimas e Testemunhas e tantas outras que propugnam pela inclusão social, inclusive no combate à fome e a miséria.
Marcelo Santa Cruz