O que já se falava nos bastidores, desde o início do governo, finalmente tomou forma, em uma apresentação formal, iniciada agora há pouco, na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado José Queiroz, do PDT.

O secretário de Transportes do Estado, Sebastião Oliveira, divulgou uma série de relatórios, do TCU, do TCE e até da USP atestando irregularidades nas obras de duplicação da BR 232.

Os documentos são de 2004 e os mais recentes de 2006.

São uma resposta pública à oposição, que na semana passada visitou trechos da rodovia para denunciar problemas na conservação.

Oliveira frisou que o governo Eduardo Campos não tinha a intenção de levar o assunto aos jornais para não ser acusado de promover briga política.

Mudou de idéia na semana passada.

Entre as irregularidades citadas, uso de cimento de qualidade inferior, acréscimo no valor de recursos, assinatura de termos aditivos com datas retroativas e uma série de vício de licitação.

Já se comentava os problemas, na área técnica, de modo que engenheiros do DER recusavam-se a receber oficialmente as obras, como manda a lei.

Na CCJ, Sebastião Oliveira reclamou que, graças aos problemas, o governo do Estado está impedido de receber recursos para concluir a obra.

Seriam cerca de R$ 90 milhões, em valores atualizados. “Com R$ 56 milhões dava para zerar o déficit de pavimentação do Estado”, comparou.

Terezinha Nunes, Pedro Eurico e Míriam Lacerda estão na obrigação de fazer pronunciamentos, na tarde de hoje.