Quarenta dias depois do deputado federal Carlos Eduardo Cadoca deixar o PMDB, a legenda decidiu finalmente fazer o que ele vinha defendendo nos últimos tempos: definir já uma candidatura à prefeitura do Recife para o ano que vem.
O nome que será convocado para a missão é o do também deputado federal, Raul Henry, que tem a preferência da maior lideranção peemedebista no Estado, o senador Jarbas Vasconcelos.
Ficou claro, assim, que as revivindicações de Cadoca, hoje tentando viabilizar seu nome pelo PSC, apenas atrapalhavam um projeto que a cúpula do partido vinha alimentando já há algum tempo.
Como a formalização de candidaturas não pode acontecer antes de junho do próximo ano, a “convocação” a Raul será feita em uma reunião informal - um “bate-papo”, segundo o presidente estadual da legenda, Dorany Sampaio - marcada para a manhã da próxima sexta, na sede do PMDB, no Rosarinho.
Além de Raul, Jarbas e Dorany, deverão estar presentes 71 integrantes do Diretório Estadual do partido, os 23 delegados estaduais para o Congresso Nacional da legenda, o o deputado federal Edgar Moury Fernandes, o estadual João Negromonte e os vereadores do Recife, Liberato Costa Júnior, André Ferreira e Gustavo Negromonte.
Segundo Dorany, a idéia de fazer a convocação a Raul partiu, aliás, dos três vereadores que compõem a bancada pemedebista na Câmara do Recife.
Eles encaminharam à executiva, nesta segunda (5), um documento contendo cerca de 100 assinaturas de integrantes do diretório estadual e das bancadas do partido nas três esferas.
Para o presidente estadual do PMDB, não há ilegalidade alguma em definir agora o nome de Raul Henry como candidato do partido, visto que a reunião desta sexta não é convenção. É um encontro informal. “Se há algum pecado nisso, me digam”, afirmou agora à tarde, em entrevista coletiva, na sede do PMDB.
Dorany também não teme a eventual pressão de partidos adversários contra este lançamento antecipado de Raul. “Eu tenho que dar satisfação a adversário?”, disse.
Ele garante, no entanto, que sua opinião pessoal é de que discussões em torno de nomes só deveriam se dar a partir de janeiro. “Mantenho a minha coerência.
Mas se o colegiado quer, não sou dono da verdade”, comentou.
O peemedebista também não quis se estender na avaliação sobre os eventuais prejuízos para um candidato que se expõe (quase que) oficialmente com um ano de antecedência para as eleições. É muito tempo de exposição para o telhado resistir às estilingadas que certamente irá receber. “Quem vai avaliar isso é o colegiado em si e o próprio Raul”, informou.
A definição do nome, segundo ele, também não significa que estejam encerradas as conversas para uma composição que reedite uma aliança com partidos convergentes.
Mas o drigente peemedebista fez questão de lembrar que, na eleição para o governo do Estado em 2006, a estratégia da candidatura única (Mendonça Filho, Dem), naufragou. “A essa altura, não se sabe o que é melhor.
Fomos vítimas de ter só um candidato no ano passado.
Agora, o cenário pode se inverter”, avaliou.
Daqui a pouco, o documento encaminhado pelos vereadores do Recife a Dorany Sampaio com as razões para convocar Raul.