O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Múcio Monteiro, acredita que a CPMF nunca deixará de ser cobrada, representando uma tristeza para quem acha a carga fiscal elevada e absurda no Brasil. “No máximo, haverá uma redução na alíquota, mas a CPMF nunca acabará.
São 27 milhões de pessoas que pagam para que 150 milhões usufruam”, afirmou, numa entrevista exclusiva ao Blog de Jamildo no começo desta tarde.
Múcio Monteiro apresenta vários argumentos para a manutenção do imposto. “58% das operações da Polícia Federal ocorreram graças à CPMF, com o cruzamento dos dados bancários com a movimentação financeira”, revela. “Sem a CPMF, a PF voltará a ser o que era, quando não prendia bandidos de colarinho branco”. “É o menos ruim dos impostos.
Só quem não gosta é sonegador.
Além disto, não precisa de um fiscal.
O sistema financeiro faz a arrecadação”, classifica.
Por tudo isto, José Múcio Monteiro acha que a aprovação no Senado é uma questão de tempo. “A CPMF vai passar lá blindada.
No máximo, vai ocorrer uma desoneração da folha.
Serão concessões periféricas”, aposta.
O discurso da oposição de que o dinheiro não chega para a área da saúde está sendo anulado com o PAC da Saúde. “Serão 36 bilhões para a área da saúde, 50% a mais em valores reais”, compara.
Na Câmara, a prorrogação já foi aprovada por 344 almas.
Conciliador, José Múcio Monteiro diz que o governo não ficou com raiva do presidente da CNI e também presidente do PTB, deputado Armando Monteiro Neto, que votou contra o imposto, por reprovar a elevada carga tributária. “Quando se é governo a gente tem que esperar sempre a volta do filho pródigo.
Não se pode falar mal.
Não votou nesta, vota na próxima.
Quando o filho volta, então, a gente dá uma festa”.