Por Eduardo Machado A reportagem do JC tentou durante toda a semana obter uma avaliação do governo do Estado sobre os seis meses do Pacto pela Vida.

O primeiro a ser contatado por telefone foi o assessor especial do governador para a área de Segurança Pública, José Luiz Ratton.

Ao ser informado que o assunto da entrevista era um balanço detalhado do Pacto, Ratton afirmou que não sabia se era ele a pessoa do governo que iria falar.

O segundo consultado foi o secretário de Imprensa, Evaldo Costa.

Evaldo questionou o motivo de uma reportagem de balanço de seis meses e não de um ano do lançamento do plano.

Foi informado que 85% dos projetos constantes no Pacto têm prazo de seis meses para serem implementados.

Somente às 16h de sexta-feira, a Secretaria de Imprensa enviou um email elencando o que já foi feito dentro do Pacto pela Vida.

Também enviou o seguinte comentário: “Qualquer política pública tem que ser realizada de forma planejada.

A área de segurança pública sempre foi avessa a planejamento e gestão (em todo o País).

O Pacto pela Vida (Plano Estadual de Segurança Pública) é a primeira tentativa séria em Pernambuco de trabalhar com metas, objetivos, metodologia clara na área de segurança.

Sem um projeto claro, como o Pacto, a política acaba sendo a de apagar incêndios, que são muitos e permanentes na área de segurança.

Um plano não se realiza apenas com vontade.

A idéia de que basta vontade para reduzir o crime é de uma ingenuidade atroz. É preciso determinação e paciência para que resultados sejam obtidos, quando se tem um plano, quando se têm metas e metodologias de gestão.

Não se reduz homicídios ou mortes violentas de uma hora para outra.

Nenhum lugar do planeta conseguiu fazer tal coisa.

O problema é grave e a imprensa faz seu papel em cobrar resultados.

Mas não existem milagres na redução de mortes violentas.

Bogotá, Nova Iorque, São Paulo demoraram sete, oito anos para obterem reduções significativas nas taxas de mortalidade violenta.

A segurança pública em Pernambuco, no início deste governo, estava em estado de penúria.

Sem condições materiais, com déficit de efetivo, sem padrões de planejamento, gestão e organização e com os piores indicadores do Brasil, sobretudo em relação aos crimes contra a vida, sem que isso configurasse situação isolada, constituindo mesmo questão nacional.

O Pacto pela Vida estabeleceu, inicialmente, um diálogo com toda a sociedade e com participação de todo o governo, as diretrizes estratégicas gerais da política de segurança pública.

Diretrizes que não existiam anteriormente, note-se bem.

A política de segurança era conduzida de forma aleatória, sem rumo, sem norte.

O segundo passo foi orçar todos os projetos do Pacto.

Os projetos foram orçados.

Criou-se um comitê de governança do Pacto pela Vida, que vem se reunindo semanalmente e que tem, com o auxílio da consultoria do INDG (consultoria), construído o desdobramento da meta geral do Pacto – redução de 12% ao ano – para cada região do Estado, com atribuições de responsabilidade e mecanismos permanentes de avaliação e cobrança para os gestores de segurança pública em cada região de desenvolvimento do Estado, em cada área integrada de segurança.

Isso significa a compreensão de que a meta geral não será alcançada de forma desorganizada, mas será obtida com a participação de cada batalhão e de cada companhia nas áreas integradas de segurança de todo o Estado e com o apoio das políticas de prevenção realizadas por todas as secretarias da área social e que também terão desdobramentos locais.

Isso também não se faz de uma hora para outra.

Exige mecanismos de articulação que nunca foram feitos antes e que estão sendo agora realizados.

O Pacto pela Vida é um processo, não uma ação pirotécnica.

A avaliação dos seus resultados só pode ser feita com o tempo, a partir do prazo mínimo estabelecido, que é em um ano reduzir o número de homicídios em 12%.

Trata-se de ação que visa enfrentar o mais grave problema social vivido pela população brasileira, que, portanto, não é localizado no Estado, e que também não é novo nem pode ser responsabilidade exclusiva do governo, haja vista o fato de a atual administração ter iniciado há dez meses.

Há que se considerar, também, o fato de o atual governo jamais ter-se furtado da responsabilidade que lhe compete de condutor e de articulador dos esforços que devem ser de toda a sociedade.”