Da Folha de São Paulo Os principais índices de criminalidade no Estado de São Paulo caíram nos primeiros nove meses deste ano se comparados aos do mesmo período de 2006.

O total de homicídios dolosos (com intenção), por exemplo, caiu 23,3%, sendo que a maior queda foi registrada na capital paulista: 27,67%.

Os casos de seqüestro também caíram, mas em menor proporção: passaram de 89 nos primeiros nove meses de 2006 para 85.

Os registros de seqüestro relâmpago não entram nessas estatísticas.

As informações referentes ao terceiro trimestre deste ano foram divulgadas ontem pela administração José Serra (PSDB).

Dos 15 principais índices de violência no Estado, houve aumento apenas em dois: roubo e de ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas.

Apesar da queda na maioria dos índices de criminalidade, os números ainda assustam: até 30 de setembro deste ano, 3.871 pessoas foram assassinadas no Estado - mais de 14 por dia.

Em 2006, foram 5.049, média diária de mais de 18 vítimas.

A queda nos assassinatos intencionais em São Paulo é permanente desde 1999, quando ocorreram 9.530 casos nos três primeiros trimestres -redução de 61,6%.

Mas, em 1999, o governo só divulgava o total de ocorrências e não de vítimas.

O sociólogo Túlio Kahn, que apresentou as novas estatísticas, disse “achar bastante estranho” que, mesmo com quedas em crimes graves como homicídio e latrocínio, “ainda exista uma forte sensação de insegurança da população”.

Kahn é da Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP), principal órgão do governo Serra de controle estatístico da criminalidade.

Todos os meses o governo faz pesquisas para medir, em pontos estratégicos do Estado, o quanto o paulista diz se sentir seguro ou não.

Mas esses dados não são revelados.

Roubo seguido de morte Os crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) registraram redução de 18,5% no total de vítimas.

Em 2006 (entre janeiro e setembro), em 187 latrocínios, 264 pessoas foram mortas no Estado; neste ano, foram 215 vítimas em 166 casos.

Assim como nos assassinatos intencionais, não há dados sobre o total de vítimas nesse tipo de crime em 1999, por exemplo.

Das 3.871 pessoas mortas entre janeiro e setembro deste ano, 1.473 foram assassinadas em cidades do interior do Estado.

O governo divulga os dados por três regiões: capital, Grande São Paulo e interior.

No mesmo período de 2006, o interior teve 1.870 vítimas de assassinato, a capital, 1.724 e a Grande São Paulo, 1.455.

De acordo com Túlio Kahn, o grande número de casos em municípios do interior tem uma explicação: as políticas de inteligência policial são aplicadas primeiramente nas regiões onde existe maior concentração populacional. “Hoje, 60% da população do Estado já é atendida pelo Infocrim [base de dados com informações criminais mantida pela Secretaria de Segurança].

Até o fim deste governo, pretendemos atender toda a população e isso contribuirá para melhorar os índices no interior”, fala.

Roubos Os casos de roubo apresentaram aumento de 3% entre 2006 e 2007.

Foram 160.590 ocorrências nos primeiros nove meses de 2006 para 165.329 neste ano.

Na Grande São Paulo, o aumento foi maior: 6,2%.

No interior, 1,79% e, na capital, 2,3%.

Na explicação de Kahn, o aumento dos casos de roubo se deve ao fato de que mais pessoas passaram a ter acesso a mais bens como telefones celulares e eletroeletrônicos, que são bens de valor agregado bastante visados pelos criminosos.

Policiais mortos Mesmo sem o fenômeno na segurança pública que marcou o ano de 2006, em especial o segundo trimestre por conta dos ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), este ano é considerado bastante violento para os policiais que atuam no Estado de São Paulo.

Enquanto em 2006 foram 27 policiais (civis e militares) mortos, em 2007 foram 29.