O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Janeiro, José Mariano Beltrame, diz que o aumento da violência urbana no Brasil, e em especial no Rio de Janeiro, é conseqüência de uma política de descaso e abandono de governos anteriores. “Há dez ou 15 anos segurança pública não dava voto”, lembrou.

Beltrame justificou a situação do Rio de Janeiro, tido como um dos estados mais violentos, destacando peculiaridades especialmente da capital que tem uma configuração geográfica muito diferente das de outras cidades do Brasil. “Nas demais capitais a violência é periférica, no Rio não”, justificou, lembrando que o fato de o Rio ser um pólo de turismo estrangeiro, os fatos que ocorrem na cidade ganham repercussão nacional e internacional.

Defendendo a política de segurança pública adotada pelo atual governo do estado, Beltrame explicou aos procuradores presentes ao XXIV ENPR a necessidade da adoção de medidas de enfrentamento ao crime organizado no Rio. “A solução para o Rio de Janeiro não é boa.

Não existe cirurgia com risco zero”, advertiu.

Mesmo admitindo que segurança pública não se resume a ações policiais, o secretário reafirmou a necessidade de aumento do efetivo policial como forma de garantir a paz em todo o estado. “Não é com passeatas e camisetas escrito “paz” que vamos obrigar os bandidos a entregar suas armas”, afirmou.

O secretário destacou ainda a necessidade de se valorizar mais a carreira de policiais. “Muitos desses homens são verdadeiros heróis: trabalham muito, quase sem equipamentos e ganham pouco”, admitiu Beltrame.

O subprocurador-geral Eugênio Aragão defendeu a adoção de políticas públicas com ações sociais voltadas principalmente aos jovens como forma de combate à violência urbana.

Para ele, a exclusão social é o principal fator gerador de violência. “A revolta do jovem contra a exclusão e o desejo de ser incluído é uma mistura explosiva”, lembrou Aragão.

Ele considera que os governos deveriam abandonar a política de enfrentamento armado e reagir à violência tentando incluir os jovens da periferia no seio da sociedade. “Segurança pública e conflito armado são conceitos diametralmente opostos”, observou.

Com informações do site da ANPR - Associação Nacional dos Procuradores da República