As indústrias brasileiras continuam otimistas com relação ao crescimento da demanda nos próximos seis meses, revela a Sondagem Industrial do terceiro trimestre, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O indicador que mede a expectativa do empresariado sobre as vendas nos próximos meses ficou em 59,4 pontos em outubro.

De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, o indicador está alto porque o mercado doméstico continua com um ritmo de crescimento elevado, próximo aos 6% ao ano, e deve se manter assim por mais algum tempo. “Ainda existe uma lua-de-mel do Brasil com o mercado internacional, ou seja, a economia brasileira vai bem”, avaliou.

O economista Paulo Mol, também da CNI, recordou que a demanda interna tem crescido mês a mês sustentada pela oferta de crédito. “Por isso, setores como o automotivo e os demais de bens de consumo vão bem e puxam a demanda, porque existe crédito”, disse Paulo Mol.

Mas os dois economistas alertaram: a interrupção da queda das taxas de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última reunião, nos dias 16 e 17 deste mês, podem arrefecer esse ciclo. “Com os juros parando de cair, o crédito pode não se sustentar e a demanda interna pode sofrer um baque”, afirmou Paulo Mol.