Por Isaltino Nascimento É comum ouvirmos comentários depreciativos sobre os servidores públicos.

Há quem ache que eles levam uma vida folgada, cheia de benesses e, ainda, que trabalham menos.

Não é bem assim.

A vida destes profissionais é tão árdua como a de qualquer outro trabalhador brasileiro.

Pouca gente sabe porque os servidores públicos têm garantido o direito à estabilidade no emprego e à aposentadoria integral.

Para compreender temos que voltar um pouco no tempo.

Essa foi a forma encontrada pelo governo brasileiro, na década de 40, para atrair mão-de-obra para o serviço público, cujo aparato à época ainda era ínfimo.

Atendia, assim, a exigência dos investidores internacionais, que cobravam a estruturação da máquina pública para se instalarem no País.

E porque motivo manter estes direitos, seja nas esferas municipal, estadual ou federal, ainda nos dias de hoje?

Entende-se que no serviço público devem estar cidadãos que pensem em primeiro lugar no bem de todos.

Desta forma, é preciso dar estímulos a estes profissionais.

E não apenas garantindo a estabilidade e buscando ampliar seus leques de direitos trabalhistas, mas principalmente respeitando-os.

O serviço público é uma das mais importantes tarefas de uma nação. É preciso lembrar que em qualquer atividade humana há os bons e os maus, os que cumprem e os que não cumprem com o seu dever.

Então, não podemos tecer generalizações acerca daqueles que integram o funcionalismo público.

Desde a Independência do Brasil até 1956, o governo pouco inovou em matéria de estrutura.

Seguiram-se então numerosas reformas administrativas, sem o tempo necessário para o serviço público se estabelecer eficientemente, ou até mesmo testar as inovações.

Além disso, os servidores públicos foram alvo dos ataques neoliberais de Reforma do Estado levada a cabo durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, sob a lógica do Estado mínimo.

Foi nesta época que o próprio Estado se encarregou de taxar a máquina pública de ineficiente, para justificar seu programa de privatizações.

Mesmo com todas as intempéries, são estes funcionários hoje os grandes responsáveis pela manutenção e organização dos serviços prestados pelo poder público, em qualquer nível.

O debate sobre o papel do servidor público deve ser permanente e não apenas nos dias anteriores ou posteriores ao 28 de outubro - instituído em 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas como Dia do Funcionário Público.

Contribuir para que a categoria conquiste melhores condições de trabalho e tenha suas reivindicações atendidas é dever dos gestores públicos.

Afinal, contribuindo para um serviço público de qualidade, estamos beneficiando não apenas estes trabalhadores, mas a toda população.

PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br) é deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa e escreve todas as terças-feiras no Blog de Jamildo.