Da Folha de S.

Paulo O governo Luiz Inácio Lula da Silva vem repetindo neste ano a prática adotada em 2004 de vitaminar com verbas do Orçamento da União os deputados federais e senadores aliados que pretendem trocar a cadeira no Congresso pelo comando de uma prefeitura.

A cerca de um ano das eleições, os congressistas pré-candidatos do bloco governista foram contemplados neste ano com uma média de R$ 1 milhão, cada um, para obras e investimentos incluídos por eles no Orçamento.

O valor é o dobro do destinado aos parlamentares candidatos da oposição, com média de R$ 500 mil cada um.

Em 2004, 73 parlamentares candidatos governistas tiveram no primeiro semestre R$ 120 milhões em emendas empenhadas contra R$ 27 milhões dos 21 oposicionistas.

As emendas incluídas no Orçamento têm o objetivo de destinar verba para obras como pavimentação de ruas e construção de postos de saúde nos redutos eleitorais dos congressistas.

Como ficam carimbadas como “obra do deputado ou senador tal”, tornam-se importante trunfo nas eleições.

Porém, a liberação efetiva do dinheiro depende do governo.

Com isso, é prática comum o benefício a aliados -assim como nos de Lula, os mandatos do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) também têm registro dessa prática. “Para você falar grosso com o governo, tem de ter bons projetos e discutir sempre em favor do seu Estado”, diz o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, o “campeão” de destinação neste ano, com R$ 4,3 milhões para obras como fábrica de tomate em Vassouras e obras de saneamento na Baixada Fluminense.

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