Contra números não há argumentos.
Em resumo, esta é a tese do ex-presidente e ex-diretor comercial da Empetur, Allan Pires Aguiar, para justificar suas críticas ao marketing da Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife (leia post abaixo).
Ele enviou ao Blog planilhas sobre a soma de turistas embarcados no Brasil, em 2006 e 2007, pela CVC, a principal operadora turísticas do País.
Segundo Aguiar, 90% dos turistas que chegam ao Estado vêm de avião.
Os números da CVC não fogem a esta regra e, analisados friamente, mostram que o Recife tem puxado para baixo os índices de Pernambuco. “Muitos analistas de mercado têm incorporado em seus modelos de avaliação de ambientes favoráveis para investimentos um novo indicador de atividade econômica: os vôos”, afirmou o ex-dirigente da Empetur em artigo publicado há algus dias no Blog. “Acreditem, para conhecer como anda o mercado local e regional é fácil: basta olhar para cima.
Quanto mais vôos, mais negócios fechados e mais empregos gerados, refletindo diretamente na qualidade de vida da população”, avaliou.
QUEDA As planilhas da CVC enviadas por Allan Aguiar indicam que, comparando-se o intervalo entre 1 de janeiro e 22 de outubro de 2007 com igual período de 2006, Pernambuco foi o único Estado do Nordeste que registrou crescimento no número de turistas recebidos.
A variação foi modesta, é verdade: 0,75%.
Mas os demais Estados da região, concorrentes diretos como destinos turísticos, tiveram quedas acentudas.
Na Bahia foi de 9,36%.
No Ceará, 14,73%.
No Rio Grande do Norte, 4,23%.
Em Alagoas, 11,99%.
Na comparação das cidades-destino, no entanto, o Recife registrou a maior queda entre as capitais do Nordeste.
Recebeu nos primeiros dez meses de 2007, um número de turistas 23,67% menor que em igual período do ano passado.
Para efeito de comparação, Fortaleza caiu 14,76%, Maceió 11,99%, Salvador 5,09% e Natal 4,84%. “Como analista de modelos de estruturação de destinos turísticos, e após ter tentado contribuir com o Estado para o aprimoramento das práticas de gestão pública em turismo, me inquieto pelas chances desperdiçadas por Pernambuco e, especialmente por Recife”, lamentou Allan Aguiar. “O tempo é o depositário das paixões e sempre traz as respostas que, no Turismo, são os resultados expressados em números”, escreveu.
Moral da história: se a gestão do turismo no Recife não estivesse equivocada, o setor em Pernambuco poderia estar bem melhor.
Uma prova disso são os números da CVC para Porto de Galinhas.
No mesmo período em que a capital caiu mais de 20%, a praia do litoral sul registrou variação positiva de 16,19%.
No Nordeste, só a Costa do Sauípe, na Bahia, se aproximou do desempenho de Porto, com aumento de 8,52% no total de turistas recebidos através da CVC. “O fluxo turístico de lazer e entretenimento em Pernambuco está sustentado por Porto de galinhas e Fernando de Noronha”, destacou Allan Aguiar.
O ex-presidente da Empetur lembrou que Pernambuco apresentou crescimento mesmo em meio às conseqüências do apagão aéreo e da valorização do real frente ao dólar, que acabou incentivando os brasileiros a viajar ao exterior.
No post abaixo, mais Empetur.
Daqui a pouco, mais informações.