Por Cláudia Parente Da coluna JC nas Ruas O Recife viveu um dia de cão, ontem.
Assaltos e tiroteios à luz do dia no centro da cidade acabaram com um morto e vários feridos, um policial civil foi executado na Avenida Caxangá e um tenente da Polícia Militar está com mandado de prisão expedido por suspeita de roubar um carro. É como se toda a violência latente no Estado tivesse eclodido de uma só vez.
O pior é que, no caso das polícias, a história tem um incômodo ar de flash-back.
Na semana passada, outro policial civil foi morto dentro do carro, em frente a casa do delegado do Cordeiro, onde esperava o chefe com mais dois agentes.
A polícia diz que foi uma tentativa de assalto.
E, no domingo, outro tenente da PM foi preso em flagrante por assalto, por dois outros policiais militares, o único episódio positivo nesse quadro caótico.
Se juntar a esses o caso do tenente que teve o carro roubado, a população vai concluir que nem mesmo a polícia está segura em Pernambuco.
A desordem chegou ao ponto de ameaçar o estado democrático de direito.
Não seria justo dizer que as autoridades não estão trabalhando.
A quantidade de criminosos presos nos últimos dias mostra o contrário.
O problema é que nem mesmo eles acreditam que vão ficar detidos por muito tempo.
E não é para menos.
Com uma legislação complacente, recheada de penas fictícias, o crime acaba compensando para quem não tem nada a perder.
VIATURA “NEGOU FOGO” A polícia está mesmo mal servida de transporte.
A viatura da Delegacia de Roubos e Furtos, usada ontem durante assalto ao Banco Real, pifou no Hospital da Restauração, para onde um dos bandidos feridos foi levado.
Assim fica difícil combater o crime.