Da revista Veja O senador Jefferson Péres está sendo submetido a todo tipo de constrangimento desde que aceitou relatar o processo que investiga a participação de Renan Calheiros numa sociedade secreta que comprou veículos de comunicação em Alagoas.

Espalharam boatos sobre sua vida pessoal, inventaram histórias sobre seu comportamento e difundiram casos que, se verdadeiros, colocariam sua credibilidade e isenção em xeque.

O nível de sordidez e maldade contra Jefferson Péres atingiu o ápice na semana passada.

Senadores receberam um dossiê com acusações pesadas contra o colega amazonense.

O material – um envelope pardo contendo um DVD e uma folha de papel – chegou pelo correio ao gabinete de alguns parlamentares.

VEJA teve acesso a esse material.

O vídeo, de cinco minutos de duração, questiona a imagem de correção do senador e sugere que Péres estaria envolvido numa fraude financeira contra uma siderúrgica na década de 70 – caso que já havia sido alvo de insistentes boatos espalhados por assessores de Renan Calheiros desde o início das investigações.

O restante do conteúdo do dossiê é tão grosseiro que não merece citação.

O senador Jefferson Péres é apresentado no vídeo como um político que tem uma falsa imagem de honestidade e que estaria envolvido em uma fraude milionária contra uma empresa siderúrgica que foi à falência na década de 70: tudo falso.

A tentativa de intimidar Jefferson Péres chegou ao absurdo de o senador – investigador – se ver obrigado a passar os últimos dias empenhado em produzir documentos para comprovar a própria inocência, como se ele fosse o investigado.

Péres requisitou certidões à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e à direção do Senado.

A Abin lhe enviou um ofício informando que não há nem nunca houve apuração, documento ou fotografia que possam comprometer sua integridade moral.

O Senado atestou que ele nunca pediu passagens aéreas para quem quer que seja e que também não emprega parentes em seu gabinete.

Assessores do senador Renan Calheiros, pouco antes do julgamento do primeiro pedido de cassação, insinuavam que Jefferson Péres empregava a esposa e usava sua cota de passagens para trazer amigos a Brasília.

A mulher do senador, Marlídice, realmente ajuda Péres, mas não recebe salário.

Não passava, portanto, de mais uma aleivosia contra o senador.

No caso da siderúrgica, ele diz que foi investigado apenas por ser um dos diretores da empresa e nem sequer foi indiciado. “Essas baixarias não vão mudar uma linha do meu relatório”, adverte o parlamentar. “Não tenho nada para esconder e, por isso, ninguém vai conseguir me constranger.” O dossiê em vídeo é a agressão mais explícita que apareceu até hoje contra um senador não aliado a Renan Calheiros.

Desde a revelação de que o então presidente do Congresso usava um lobista de empreiteira para pagar suas despesas pessoais, estabeleceu-se no Senado um vale-tudo para tentar preservar o mandato de Renan.

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