O relatório do CPI do Apagão, elaborado pelo senador Demóstenes Torres, do Democratas de Goiás, não poupa o empresário pernambucano Aristeu Chaves, irmão do secretário de Turismo e deputado federal José Chaves do PTB.
No auge dos trabalho, o empresário pernambucano chegou a ser convidado a depor, mas preferiu não aparecer, alegando que não sabia do que era acusado.
Ele obteve um salvo conduto no Supremo Tribunal Federal (STF).
Veja o que diz o texto: “Aristeu Chaves Filho, na condição de empresário, intermediou interesses privados junto à Administração da INFRAERO em troca da obtenção de vantagens pessoais.
Apresentou Michel Farah, sócio da empresa FS3 Comunicação e Sistemas Ltda, a Fernando Brendaglia de Almeida, ex-diretor comercial da INFRAERO, para que celebrassem contrato que resultou em prejuízo de grande monta à empresa pública.
Associou-se, em quadrilha, para o fim de cometer crimes, a Carlos Wilson, Fernando Brendaglia, Eurico Loyo, Eleuza Terezinha Manzoni dos Santos Lores, Érica Silvestri Duttweiler, José Welington Moura, Josefina Valle de Oliveira Pinha, Márcia Gonçalves Chaves, Maria do Socorro Sobreira Dias e Mariângela Russo .
Na apresentação do documento, o relatório já havia dito que a quadrilha era liderada por Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos e apresenta Atisteu Chaves Filho como lugar-tenente. “Embora não fosse servidor público e sim empresário do ramo de fruticultura, exercia grande influência sobre Fernando Brendaglia e Eurico Loyo, este, homem de confiança de Carlos Wilson e seu assessor direto”. “Pelos menos duas organizações criminosas atuaram na INFRAERO.
Uma a partir de Petrolina no Pernambuco e outra com base operacional em Curitiba - PR.
A organização de Pernambuco, mais estruturada, tinha em vista o controle das duas principais áreas de movimentação de recursos da INFRAERO, quais sejam a diretoria de engenharia e a diretoria comercial”.
Aprofundamento das investigações Alegando que não teve tempo nem meio para ir mais fundo, o relatório diz que é imprescindível que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal somem as informações colhidas pela CPI aos procedimentos que instauraram a fim de ratificar ou complementar o indiciamento aqui proposto. “É necessário aprofundar a investigação quanto ao interesse comum que cercou a contratação irregular da empresa FS3 Comunicação e Sistemas Ltda e que tinham como partícipes: o ex-presidente da INFRAERO Carlos Wilson R Q Campos, o ex-diretor comercial Fernando Brendaglia, o empresário Michel Farah e a empresa Petrobank Assessorias e Desenvolvimento de Negócios Ltda”.
Pau nas empreiteiras Torres não poupa também as empreiteiras: “Se existem ímprobos e corrompidos no serviço público é claro que existem os corruptores entrincheirados nas grandes empreiteiras.
Estas, sim, são as maiores responsáveis pelo antro de corrupção e desmando em que se tranformou a INFRAERO.
Os empreiteiros que contrataram com a INFRAERO, sem exceção, tratam milhões de reais como se fossem apenas algumas moedas.
Devem, portanto, ser investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. É necessário rastrear os recursos financeiros depositados nas contas dos Consórcios ou Empreiteiras responsáveis pela execução das obras com indícios de irregularidades, em relação às obras e empresas” Daqui a pouco, entrevista com Aristeu Chaves.