Empresário é morto a tiros em Boa Viagem Por Paulo Rebêlo, Especial para o JC Três disparos certeiros de pistola 380 mataram o diretor-presidente da Norvidro Comércio e Indústria de Vidros Ltda., Wilson de Souza Chaves Filho, 53 anos, às 18h30 de ontem em Boa Viagem.
Ele estava parado no semáforo do cruzamento da Avenida Domingos Ferreira com a Rua Bruno Veloso quando, segundo testemunhas oculares, um homem desceu de uma motocicleta e disparou três vezes em direção ao veículo do empresário, um Vectra de placa MOW 9737, de João Pessoa-PB.
O atirador fugiu na mesma moto.
Dois tiros acertaram o empresário no ombro e um tiro atingiu a cabeça.
Na hora do crime, Wilson Chaves estava acompanhado de um fornecedor comercial, Yveraldo Gusmão, de São Paulo.
Os dois tinham saído da fábrica da Norvidro no bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, passaram pelo Shopping Center Recife e, de acordo com Gusmão, o empresário ofereceu carona até o hotel onde ele estava hospedado. “Não consegui ver absolutamente nada, quando escutei o primeiro tiro e vi o sangue, soltei meu cinto de segurança e saí correndo desesperado em procura de ajuda”, relembra Gusmão, que não ficou ferido.
Ele correu até um posto de gasolina na Domingos Ferreira e, em seguida, refugiou-se em estado de choque dentro da delicatessen Meggie’s, na esquina da Rua Bruno Veloso, que na ocasião ainda contava com vários clientes em atendimento que presenciaram todo o ocorrido.
De acordo com o delegado da Força-Tarefa do Núcleo de Homicídios da Secretaria de Defesa Social, Edinaldo Carvalho, a possibilidade de tentativa de assalto não está descartada, mas são fortes os indícios de crime de execução.
O Vectra de Wilson Chaves tinha vidros escurecidos e, segundo informações da polícia, não era blindado, mas possuía película de segurança.
As primeiras intervenções foram feitas por agentes de trânsito da CTTU, até a chegada da polícia e dos peritos do Instituto de Criminalística.
Polícia chega quase 2 horas depois Revolta.
Era este o sentimento generalizado de moradores, funcionários e transeuntes que estavam nas imediações do cruzamento da Rua Bruno Veloso com a Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem, na hora do crime que vitimou o dono da Norvidro, Wilson de Souza Chaves Filho, ontem à noite.
Clientes e funcionários da Meggie’s, a delicatessen onde refugiou-se o fornecedor comercial que acompanhava Wilson Chaves, estavam incoformados com a “demora e incompetência das autoridades”, segundo um funcionário público, que não quis se identificar. “Assim que ouvimos o tiro, às 18h30, ligamos para o 190 por mais de meia hora e não havia atendentes disponíveis.
Todos aqui tentaram se comunicar com a polícia”, explicou, mostrando as chamadas no telefone celular.
Uma funcionária da Meggie’s não aceitava o fato de que, mais de uma hora após os tiros, não havia sequer um policial no local, apenas agentes de trânsito. “Ele ainda poderia estar vivo, mas veja que horas são (20h), não chegou nem ambulância, nem Samu, ninguém da polícia”, reclamava.
Minutos depois, chegaram peritos do Instituto de Criminalística.
Moradores dos prédios na Rua Bruno Veloso também não entendiam o motivo de o trânsito não ter sido interrompido pela CTTU, o que terminou causando ainda mais tumulto e aglomeração de curiosos ao redor do veículo onde o corpo do empresário se encontrava.
Clientes da delicatessen relataram que, com autorização dos agentes de trânsito, o fornecedor comercial que acompanhava Wilson Chaves voltou ao local, desligou o veículo, tirou a chave, abriu o porta-malas e retirou uma pequena bolsa, além de pertences pessoais. “Todo mundo mexeu na cena do crime, teve gente que até tocou no corpo do empresário”, revelou um dos clientes.