A homenagem do companheiro João Alberto a Orismar, na abertura de sua coluna de hoje, merece ser publicada aqui.

Alguns textos são bonitos e só.

Noutros, revela-se também um gesto bonito, que só as pessoas de bom coração podem ter.

Se alguém não disse, é preciso ser dito que para ser colunista social é preciso ter caráter.

Oris merece mais essa homenagem.

Em tempo, a edição que o NE TV 2ª Edição fez ontem à noite emocionou a todos na redação do JC.

Adeus, Orismar Fui acordado por uma amiga, na madrugada de ontem, com uma notícia que sabia ser inevitável, mas que não gostaria de ouvir.

Deus tinha levado Orismar Rodrigues para a eternidade.

Era muito mais do que um amigo querido.

Durante 18 anos convivemos diariamente na redação do Diario de Pernambuco, não apenas na tarefa diária de fazer esta coluna, mas na troca de confidências, de conselhos, nos bons e maus momentos.

Sempre a mesma pessoa: simples, iluminada, prestativa, leal aos amigos e profissional da melhor estirpe.

Um grande jornalista, mas também poeta talentosíssimo.

Não dá para lembrar todos os bons momentos que vivemos juntos, tantos que foram, mas recordo de uma convivência maior, quando fizemos uma volta ao mundo por 35 dias, com Mário Gil e Luiz Antunes.

Ele só deixou de trabalhar comigo quando recebeu o convite para ser o titular da coluna do Jornal do Commercio.

Mesmo perdendo o companheiro fiel e competente, fiquei feliz, dei a maior força.

Ninguém mais do que eu sabia que ele faria sucesso.

E fez.

Um sucesso, que, confesso, sempre me deixou muito orgulhoso.

Nossas atividades profissionais restringiram nossos encontros aos eventos sociais que cobríamos, mas era sempre uma festa.

Conversávamos muito, gostava de brincar com ele, com as roupas modernas que usava (sua mania, junto com a coleção de obras de arte e antiguidades).

A última conversa foi no casamento de Camila Paes Mendonça, quando marcamos um almoço, pois ele queria saber dicas sobre Dubai, onde eu estive recentemente e para onde ele iria no Vôo do Frevo.

Não imaginava que seria a última vez que eu via Orismar.

No dia seguinte, a fatalidade, seu internamento no Santa Joana para um calvário de um mês.

Através de amigos, acompanhei diariamente seu quadro, com muita fé de que ele voltaria ao nosso convívio e rezando pelo seu restabelecimento.

Sei do esforço de uma equipe que reunia alguns dos maiores médicos pernambucanos para salvá-lo, mas Deus quis levá-lo, com certeza para um lugar muito melhor.

Ontem, fui ao Parque das Flores, mas na minha lembrança o que guardei mesmo foi o amigo maravilhoso, o Rodrigues como eu o chamava, alegre, descontraído, com seus sonhos.

Muitos realizados, outros levados para o túmulo.

Mas com certeza uma pessoa que não passou de forma incógnita por esta vida.

Vocês não podem imaginar como está sendo difícil fazer esta coluna sobre uma pessoa que foi importantíssima na minha vida pessoal e profissional e pensar que nunca mais vou encontrá-lo.

Lá em cima, um dia, ele estará me esperando.

Certamente com camisa, calça, sapatos da última moda.

Assim, sempre foi Orismar.

Ou melhor, Rodrigues.