Os industriais brasileiros consideram insuficientes os avanços alcançados nos 10 temas considerados prioritários pelo setor para garantir o crescimento sustentável do Brasil.

Essa é a opinião dos dirigentes de sindicatos de todo o país, que avaliaram a evolução da Agenda do Crescimento, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa, que consolida a opinião de 538 sindicatos industriais recolhidas em 26 encontros estaduais, realizados de agosto a outubro deste ano, foi apresentada no 2º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), nesta terça-feira, em Brasília. “O acervo de informações proporcionado por essa pesquisa vai orientar, no futuro, posicionamentos e ações da CNI”, afirmou o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto.

O levantamento, apresentado pelo diretor-executivo da CNI, José Augusto Coelho Fernandes, ouviu os industriais sobre os temas infra-estrutura, financiamento, desburocratização, inovação, educação, política comercial e de acesso a mercados, redução de gastos públicos, tributação, relações do trabalho e meio ambiente.

Os quatro últimos receberam as piores avaliações, sendo que em tributação o desempenho se aproxima do retrocesso.

Os melhores desempenhos ficaram com os temas inovação, financiamento, educação e política comercial e acesso a mercados. “Em nenhum tema houve avanço expressivo”, disse Fernandes.

Ele destacou, no entanto, que a maioria dos consultados espera um futuro melhor.

A avaliação sobre a redução dos gastos públicos foi próxima do retrocesso.

Dentro desse tema, o controle dos gastos correntes teve a pior avaliação dos entrevistados: 50% identificaram retrocesso, enquanto 34% não perceberam avanço.

Tributação foi o tema que teve a pior avaliação.

Entre as várias questões examinadas, a redução da carga tributária se destacou negativamente.

Segundo a pesquisa da CNI, 46% apontaram retrocesso e 32% não identificaram mudanças.

No item infra-estrutura, predominou a visão de que não houve avanço.

Os industriais, contudo, avaliaram um pouco mais positivamente a criação de marcos regulatórios e a transferência de serviços para a iniciativa privada.

Um dos temas melhores avaliados foi o financiamento.

O destaque ficou com a queda da taxa de juros e o aumento da disponibilidade de recursos: 61% dos entrevistados disseram que tiveram pequenos avanços e outros 15% consideraram que houve avanços significativos.

Nas relações do trabalho, entretanto, a visão dominante entre os empresários é de que não houve evolução.

A pior avaliação ficou com a redução dos gastos com contratação: 20% afirmaram que houve retrocesso.