O “lighting designer” Peter Gasper, responsável pelo projeto de iluminação para o Natal deste ano no Recife disse que teve informações sobre os problemas com a decoração do ano passado, assinada por José Pimentel. “Ano passado teve uma tentativa.
Muito bem feita, muito bonita.
Mas tinha uma teatralidade muito forte”, analisou, lembrando que Pimentel tem formação de teatro. “A sutileza do teatro só é percebida quando você está parado, concentrado.
Na rua, as sutilezas escapam.
E para conquistar o povo, basta colocar brilho.
Tem que arrebentar a boca do balão com muita, muita luz”, explicou.
Gasper, que tem um longo currículo em megaprojetos de iluminação (ver post abaixo), elogiou a iniciativa da prefeitura do Recife. “É a primeira vez que se faz isso (um projeto de iluminação como atração turística) no Brasil inteiro.
Pode entrar para o calendário oficial da cidade.
Tenho certeza de que vai virar uma tradição”, disse.
ROUBOS Sobre a concepção do projeto, ele contou que a idéia foi valorizar os espaços da cidade sem forçar a utilização de elementos estranhos ao Recife. “Não é decoração natalina. É uma iluminação de Natal.
Não tem que ter sininho balançando, nem Papai Noel com barbinhas iluminadas”, frisou.
A única referência aos elementos do Natal característico do hemisfério Norte é a simulação de neve sobre a passarela do Coque, na Joana Bezerra (ver foto no post anterior). “É quase Disney.
Uma joke, uma piada”.
Gasper também condenou o uso excessivo de microlâmpadas na iluminação de Natal.
No projeto desenvolvido para a prefeitura, elas serão utilizadas unicamente para destacar o contorno de fachada em quatro prédios históricos no Bairro do Recife.
Para ele, o impacto da iluminação de Natal será tão grande que vai até evitar os também tradicionais roubos de fios e refletores em espaços públicos da cidade. “Ninguém vai querer roubar fio nem refletor, porque ver a cidade assim vai deixar todo mundo feliz”, acredita.