O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já fez uma ampla investigação sobre o Instituto Geraldo Nóbrega (ITGN) e declarou publicamente que a ONG não é inidônea, mandando desfazer vários contratos assinado com prefeituras do Estado.
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O que não sabe ainda é o resultado da auditoria especial feita nas contas do Instituto Neres Barbosa (IINB), aberta pelo próprio TCE, para investigar repasses feitos pela Prefeitura da Cidade do Recife para a instituição.
A prestação de contas especial foi aberta ainda no início de junho, sob o número 0304619-9.
O secretário de Juventude e Trabalho, Pedro Mendes, depois de ter aberto uma investigação oficial sobre o trabalho das ONGs, bem que poderia interessar-se pelo resultado.
A entidade tem como um de seus sócios fundadores Sílvio Barbosa de Miranda, ligado também ao ITGN e secretário do PPS no Recife.
Na quinta-feira passada, diretores do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Pernambuco (Idesp), microempresa de consultoria em programas de qualificação profissional, prestaram queixa nessa quarta (17), na Delegacia de Repressão ao Estelionato, contra a entidade.
Marcos Belo, presidente do Idesp, e Luciano Pontes, diretor de Projetos, solicitaram à delegacia a realização de um exame grafotécnico na assinatura de Adil Correia do Nascimento, mãe de Sílvio Miranda.
Ela figura como tesoureira no estatuto do Instituto Geraldo Nóbrega (ITGN), que também trabalha com o acompanhamento de programas destinados à qualificação profissional.
Os diretores do Idesp querem que a assinatura de Adil Nascimento seja comparada com as de outras duas pessoas: Manoel Deodato da Silva e Carlos Almeida de Souza.
Silva e Souza questionaram a idoneiade e a qualificação do Idesp em várias denúncias encaminhadas ao Governo do Estado, ao Ministério Público, à Câmara de Vereadores do Cabo e à Comissão de Emprego e Renda estadual.
A semelhança que os diretores do Idesp identificam entre as letras de Silva, Souza e Adil Nascimento, os levou a suspeitar de que as três assinaturas foram feitas por uma única pessoa: o próprio Silvio Miranda.
O detalhe é que, segundo os diretores do Idesp, as denúncias feitas por Manoel Deodato da Silva e Carlos Almeida de Souza contra a entidade começaram a surgir na segunda quinzena de agosto.
Justamente depois que o Idesp ganhou uma licitação para supervisionar e avaliar o Programa Juventude da Mata - a versão do governo Eduardo Campos para o programa Chapéu de Palha, voltada aos filhos dos trabalhadores rurais.
Os diretores Marcos Belo e Luciano Pontes já trabalharam com o secretário do PPS do Recife, no ano passado, durante a campanha eleitoral.
Pontes também foi funcionário do Instituto Irene Neres Barbosa (IINB), ONG concorrente do Idesp.
O secretário do PPS no Recife nega as irregularidades e disse que tudo não passada de interesses políticos. “Eles foram filiados ao PPS e hoje estão ligados ao PR.
Isso é uma molecagem grande e vamos entrar com as medidas judiciais cabíveis, com um processo de danos em cima dessas pessoas”, advertiu.