É uma pena.

Mas a morte do agente penitenciário Ivson Correia de Oliveira Santos, numa sessão de cinema do filme Tropa de Elite no Multiplex Tacaruna, no mesmo dia em que se encontrava na cidade o roteirista do filme, caminha para o esquecimento, quando deveria ter inaugurado um debate público sobre o submundo de nossas cadeias.

Acredito que o gesto extremo do agente teve como objetivo chamar a atenção sobre o problema.

A Assembléia Legislativa ensaiou discutir o problema no mês passado, mas recuou, não se sabe a razão.

Há elementos de sobra para uma investigação mais aprofundada.

A promotora pública de Itapissuma, Alda Acioli, numa ação assinada no final de setembro, disse com todas as letras que o tráfico de dogras dentro do Presídio de Itamaracá usa a máquina do Estado, algo inconcebível.

No mínimo, o aprofundamento das investigações serviria para comprovar sua inocência e resgatar sua imagem pública. É justo pagar com a vida, se for incocente?

Como bem disse o psicanalista José Carlos Escobar, com seu gesto o agente queria culpabilizar alguém.

Não alguém em particular.

Na minha opinião, o próprio sistema viciado que se vê hoje.