Muitos analistas de mercado têm incorporado em seus modelos de avaliação de ambientes favoráveis para investimentos um novo indicador de atividade econômica: os vôos.
Acreditem, para conhecer como anda o mercado local e regional é fácil: basta olhar para cima.
Quanto mais vôos, mais negócios fechados e mais empregos gerados, refletindo diretamente na qualidade de vida da população.
Ao estudar modelos de desenvolvimento econômico de países e regiões que implementaram políticas ousadas na captação de operações aéreas, podemos afirmar, com convicção, que os vôos trazem o desenvolvimento e não o contrário.
Tomemos como exemplo um vôo internacional, diário e com capacidade para 200 passageiros, dos quais 160 seriam estrangeiros e 40 brasileiros.
Em um ano, teremos 365 pousos, trazendo 58.400 turistas, que passariam uma média de sete dias, gastando aproximadamente R$ 1.620 durante toda a permanência no destino.
O Estado teria, portanto, uma arrecadação com a receita turística de quase R$ 95 milhões ou US$ 43 milhões/ano.
Dito isto, podemos afirmar também que um vôo charter semanal, e exclusivamente turístico, injetaria em nossa economia mais de R$ 18 milhões ao trazer quase dez mil turistas.
Receita esta que provoca uma movimentação na cadeia produtiva local e pode trazer imensos benefícios sociais.
Somente a TAP, empresa aérea portuguesa, contribuiu em 2006 com quase 55 mil passageiros desembarcados no aeroporto, destes 18% são de Portugal, 11% da Itália, 5% da Espanha, 38% brasileiros no exterior e 28% outras nacionalidades.
Das 48 freqüências no Brasil, 27 têm como destino o Nordeste.
O Recife possui vôos diários com capacidade para 194 passageiros e corresponde a 4% do fluxo total para o Brasil.
Recuando trinta anos, tínhamos no aeroporto dos Guararapes o portão aéreo internacional do nordeste e a então pujante economia pernambucana como a locomotiva nordestina.
Coincidência?
Claro que não.
Por onde entram visitantes com poder aquisitivo, entram potenciais investidores.
Decorridos trinta anos, o PIB da Bahia é igual ao PIB de Pernambuco acrescido do PIB do Ceará, que conseguiu diminuir muito a grande dianteira da Economia Pernambucana.
Os investimentos aterrissaram na Bahia, que alçou o Turismo como prioridade do Estado, não de Governos.
Por anos, o orçamento da Bahiatursa foi maior que o orçamento da própria Embratur.
Com gestão profissionalizada, a marca Bahia ganhou o Brasil e o mundo, alavancada por ousado planejamento estratégico que destacou as Ações de Capitação de Negócios Internacionais representada por vôos e complexos turísticos hoteleiros e imobiliários.
Não obstante, muitas vantagens comparativas de Pernambuco, o capital preferiu a Bahia, o Ceará e atualmente, também, desembarca em Natal.
Curiosamente é este o Ranking do Fluxo Turístico Internacional no Nordeste.
Pernambuco corresponde a cerca de 1/3 do Rio Grande do Norte e Ceará e a cerca de 1/5 da Bahia.
Temos muito trabalho.
Allan Pires de Aguiar Diretor Comercial da EMPETUR Ex-Presidente da Fundação CTI - Nordeste