Depois das críticas que recebeu no ano passado pela decoração fajuta das ruas do Recife no Natal e Ano Novo, o prefeito João Paulo preferiu não arriscar mais e botou para quebrar agora.
Sai José Pimentel, o eterno Cristo, e entra o ‘light designer’ Peter Gasper, o escritório responsável pela elaboração do projeto iluminotécnico deste ano.
Não sabe o que é nem quem é? “Mais que um especialista de perfil técnico-científico, Gasper é um artista da luz - ou diretor de iluminação, como ele mesmo prefere -, que usa e abusa de efeitos”, dizem os entendidos.
Nascido na Alemanha, o iluminador Peter Gasper veio para o Brasil fugindo da guerra, estudou arquitetura, foi cenógrafo da Globo e hoje é o responsável pela luz dos monumentos de Brasília.
Ele iluminou Frank Sinatra no Maracanã e o papa no aterro do Flamengo: “A beleza das obras de Niemeyer está comprometida por aquelas terríveis luzes amarelas sobre pedras brancas”, diz Peter, que já refez a luz da Catedral e do Memorial JK, numa entrevista à Isto É Gente.
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Gasper tem escritório no Rio de Janeiro, começou sua vida profissional como cenógrafo na Globo e a partir de 1974, quando fez curso de iluminação na Alemanha, direcionou o foco de seu trabalho para a especialidade em que atua hoje, há 30 anos.
Já desenvolveu projeto luminotécnico como Rock in Rio 2001; a casa Sarney/Murad, em São Luís; a residência de campo de Walter Moreira Salles, em Petrópolis, RJ; e a iluminação da usina hidrelétrica Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, PR, entre outros.
O projeto do Recife será apresentado oficialmente no próximo dia 22, no Café Portenho, no Espinheiro, mas já dá para ter uma idéia.
São luzes teatrais.
Em Brasília De acordo com especialista, o projeto luminotécnico de Peter Gasper permitiu um novo olhar sobre a conhecida arquitetura dos prédios desenhados por Oscar Niemeyer, no final da década de 1950, para a praça dos Três Poderes, em Brasília.
Implantada em 2005, a proposta previu a utilização apenas de lâmpadas de vapor metálico, em projetores de foco variável e refletores de focos simétrico e assimétrico.
Localizada no início do Eixo Monumental, em Brasília, a praça dos Três Poderes reúne, entre outras construções significativas, o Palácio do Planalto (sede da Presidência da República) e os edifícios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
O conjunto arquitetônico ali situado recebeu, ao longo de 2005, projeto de luminotécnica desenvolvido pelo cara.
Até 2004, lâmpadas e equipamentos obsoletos mais escondiam que mostravam os edifícios da praça.
A visão noturna engolia a pujança arquitetônica.
Em Brasília, no entanto, para revitalizar o conjunto, a Companhia Energética de Brasília decidiu por um novo projeto luminotécnico, encomendado a Peter Gasper.
O diretor de iluminação e sua equipe recorreram apenas às lâmpadas de vapor metálico, tipo utilizado para criar efeitos visuais, por causa da facilidade em dar uniformidade de cor sobre o fundo existente.
Alguns dos prédios ali existentes receberam equipamentos importados da Bélgica.
No edifício do Senado foram aplicados 140 projetores de três espécies distintas, equipados com lâmpadas bipinos de 150 watts.
Já no plenário da Câmara dos Deputados, a equipe de Gasper fez a iluminação com 70 projetores iguais, com foco assimétrico e vidro azul daylight.
O fórum do Supremo Tribunal Federal, por sua vez, recebeu 136 refletores terra de dois tipos, todos com filtro azul daylight instalados internamente.
Depois da Mangueira Ou seja: definitivamente, poderia-se dizer que João Paulo agora está mania de grandeza.
Na verdade, a opção pode ser interpretado como uma grande provocação à oposição que esperneiou com o Parque Dona Lindu e a Mangueira.
Não esqueçam do aviso da semana passada. “Tudo que é bom custa caro” Vamos ver quanto vai custar, na próxima semana.