Prezado Jamildo, Ainda no início de fevereiro, poucos dias após assumir minhas novas atribuições a frente da EMPETUR, priorizei a construção de uma agenda mercadológica de curto e médio prazo, considerando os modestos patamares apresentados pelos agregados turísticos disponíveis.
As taxas de crescimento de indicadores âncoras do segmento estavam perigosamente abaixo das médias alcançadas por outros destinos nordestinos, com viés de distanciamentos ainda maiores.
Fluxo Turístico Nacional e Internacional e Vôos Internacionais Regulares e Não Regulares apontavam comportamentos incompatíveis com o potencial do estado.
Indicadores como a Taxa de Interiorização do Fluxo Turístico sequer são calculados.
A atração de investimento estrangeiro direto em Turismo e Hotelaria não acontecia.
A necessária indução governamental e o debate em torno dos incentivos capazes de destacar Pernambuco na preferência do capital privado não estavam e ainda não estão devidamente estruturados.
O impacto da atividade turística sobre o PIB estadual também não estava seguramente mensurado.
A agenda mercadológica sempre esteve subordinada a agenda política partidária pelo simples fato dos gestores públicos da SETUR ou da EMPETUR serem, quase que invariavelmente, políticos focados em resultados eleitorais ou hoteleiros apegados aos seus próprios interesses econômicos.
Passado dois meses da minha festiva designação, diagnostiquei forte desalinhamento entre o pregado e o praticado e acompanhei um processo de designação para cargos comissionados na estrutura do sistema SETUR que exonera a meritocracia, a capacitação técnica e o compromisso e agasalhava os vínculos partidários e as simpatias pessoais.
Percebendo que a Agenda Política, paulatinamente, expurgava a Agenda Mercadológica, procurei acelerar em duas vertentes: Atração de Vôos, de Investidores e forte interlocução no âmbito do Governo para tentar provocar um debate sobre o atual modelo de desenvolvimento econômico do Estado, com objetivo de provar que Negócios Turísticos são o acelerador natural do crescimento econômico do Estado.
Também busquei escrever artigos e debater com formadores de opinião as linhas de uma política publica moderna, considerando que o Dr.
Paulo Gaudenzi e sua equipe estão auxiliando a montagem do Planejamento Estratégico do Turismo de Pernambuco.
Isto resultou na oposição daqueles que não admitem novas bandeiras, por considerarem maior concorrência, despertando a vaidade de outros que deveriam me oferecer a sustentação necessária ao alcance das metas.
Assumi o compromisso de efetivar os vôos para África e dos Estados Unidos, antigos desejos dos Pernambucanos e hoje o centro de meu desafio.
Também convidei há quatro meses o Dr.
Jorge Rebelo de Almeida, Presidente do Grupo Português Villa Galé, a investir em hotéis e resorts aqui em Pernambuco o qual encontra-se, hoje (ontem), em Recife prospectando negócios na área de hotelaria.
Penso que a imprensa possui papel central no sentido de transformar o modelo vigente de gestão do turismo no Estado, o qual está fora dos padrões do mundo moderno.
Procurei tratar nestes artigos a essência de um pensamento sobre a importância do setor da economia que chamamos de Turismo.
PS: Veja na sessão de artigos ao lado dois textos do diretor comercial da Empetur sobre a situação do turismo local.