Da secretaria de Saúde do Estado ESCLARECIMENTO BACTÉRIA MULTIRRESISTENTE Diante da colonização da bactéria multirresistente enterococcus faecium em pacientes Dos hospitais Barão de Lucena, Agamenon Magalhães e Procape, a Secretaria Estadual de Saúde, através de sua Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), esclarece alguns mitos e inverdades ditas sobre o assunto: · Atualmente, oito pacientes colonizados pela bactéria enterococcus faecium estão nos hospitais da rede estadual.
Eles se distribuem da seguinte forma: cinco estão em isolamento na enfermaria do Hospital Agamenon Magalhões; dois estão em uma das duas UTIs do Procape e um está no isolamento da UTI do Hospital Barão de Lucena.
No Procape, uma paciente teve resultado negativo para seu exame de swab retal (coleta de fezes).
A evolução do quadro se deu com tratamento adequado com antibióticos de última geração.
Mais dois exames serão realizados, com intervalo de 7 dias, para que seja comprovada a cura da bactéria.
Até o momento, os prontuários médicos não indicaram óbito em decorrência do enterococcus, e sim de outras causas, como cardiopatia, infecção respiratória, câncer e edema pulmonar. · Com a detecção rápida e as devidas medidas adotadas de imediato, o Estado não precisou desocupar e interditar seus leitos de UTI.
De todos os grandes hospitais da RMR com UTI (Restauração, Otávio de Freitas, Getúlio Vargas, Agamenon Magalhães, Hospital do Câncer, Barão de Lucena, Procape e Oswaldo Cruz), houve apenas uma restrição momentânea para novos pacientes no Barão, Agamenon e Procape.
Ontem, o HAM transferiu dois pacientes colonizados na UTI para a enfermaria, adotando todas as medidas sanitárias e de segurança, e reativou sua unidade de Terapia Intensiva para novos pacientes – 10 dos 12 leitos estão ocupados.
Na UTI do Barão, a paciente foi isolada adequadamente e o setor está funcionando normalmente.
Em uma de suas duas UTIs, o Procape está com duas pacientes colonizadas, isoladas da forma recomendada, o que permite a utilização dos outros leitos da unidade.
Com todas as precauções adotadas, a Secretaria de Saúde evitou maiores transtornos para a população, como ocorreu em São Paulo e Rio de Janeiro, onde vários setores e até mesmo um hospital inteiro foi interditado. · O enterococcus faecium é uma bactéria natural da flora intestinal.
O risco do microorganismo para a saúde se dá quando ele migra para outros sistemas do corpo, como o urinário, podendo causar infecção.
A ocorrência dele é uma realidade em hospitais públicos e privados não só do Brasil, como em todo o mundo.
A prevalência nas UTIs se explica pela suscetibilidade dos doentes internados nesses setores e a forte medicação a que estão submetidos, o que torna o microorganismo mais resistente aos antibióticos.
Nos hospitais da rede estadual onde há colonizados, o tratamento prescrito tem seguido todas as recomendações médicas. · O contágio da bactéria se dá através das mãos.
Até o momento, não foi possível identificar a origem da contaminação.
Como alguns pacientes deram entrada com quadro de infecção urinária, é possível que a bactéria tenha sido transportada para dentro dos hospitais.
Salientamos que as UTIs do Estado seguem as mais rigorosas normas de impeza e desinfecção padronizadas pela Anvisa e são inspecionadas sistematicamente pela Apevisa.
Dessa forma, rechaçamos qualquer suspeita de falta de higiene. · Por fim, esclarecemos que a detecção dos casos tem sido feitas devido a um trabalho intenso de investigação por parte das comissões intra-hospitalares de infecção hospitalar, coordenadas pela Apevisa, que foi um dos primeiros estados a implantar uma coordenação estadual de monitoramento da resistência microbiana.
Esse trabalho incluiu, logo que os primeiros casos fossem confirmados, a capacitação de profissionais dos grandes hospitais, reuniões com as comissões de infecção hospitalares das unidades, adoção de medidas de isolamento, desinfecção terminal dos setores hospitalares e destinação de funcionários e materiais exclusivos para as UTIs.
Ressaltamos ainda que, para esclarecer dúvidas da população e evitar o pânico, a secretaria, com a transparência necessária a um órgão de tamanha importância, procurou os veículos de comunicação de massa para informar a ocorrência dos fatos, dirimindo assim os transtornos.