A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o setor industrial disseram receber com pesar a decisão de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 11,25% ao ano, decidida nesta quarta-feira (17) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Para o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, a decisão do Copom “é especialmente frustrante dado que o aumento da inflação nos últimos meses ocorreu por pressões pontuais e não de forma disseminada”, sem ameaçar, portanto, o cumprimento da meta de inflação.

Esse cenário é ainda mais danoso à indústria, diz o presidente da CNI, devido à convivência com a elevação contínua da carga tributária, concomitante à tendência de permanência da valorização cambial – muito influenciada pela forte entrada de capital externo em busca de taxas de juros atrativas. “Tudo isso implica em severo comprometimento de nossa competitividade”, afirma Monteiro Neto.

O presidente da CNI demonstra ainda preocupações quanto à condução de uma política fiscal expansionista. “O crescimento real do gasto público em velocidade muito superior à expansão da economia é insustentável”, afirma Monteiro Neto.

Para ele, o fim desse “processo equivocado” não parece estar próximo, como evidenciado na proposta orçamentária de 2008, na qual há mais aumento do gasto público ancorado na maior carga tributária que está por vir. “Esta situação de descompasso entre as políticas monetária e fiscal lança o ônus da estabilidade à política monetária”, conclui Armando Monteiro Neto.