O roteirista do filme Tropa de Elite, Rodrigo Pimentel, ex-tenente e coronel do Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio de Janeiro (Bope), disse nesta tarde, em entrevista no Sindicato dos Médicos, no Recife, que a equipe especial degenerou-se, assim como a sociedade que está aplaudindo a tortura promovida pelo capitão Nascimento, herói do filme.
Pimentel veio ao Recife a convite do blog PE Body Count, para discutir o tema da violência e segurança pública no Estado, na esteira do sucesso da película. “A tropa de elite é uma polícia doente.
Não deveria existir.
Lamentavelmente, ela existe porque ainda é necessária.
Enquanto não houver uma política de enfrentamento, ela vai ser necessária”, afirmou.
Em outro trecho, a crítica foi endereçada à sociedade. “O público também está doente, refén da corrupção, da violência urbana.
Para mim, Tropa de Elite é o filme da geração Basta!”, disse.
Pimentel, embora já tenha trabalhado na equipe, conhecida por uso da violência, disse que hoje não concorda mais com os métodos. “Não tenho mais a idéia de que a tortura vai ajudar a salvar vidas.
Já tive.
Já acreditei nisto como recurso.
O mal da tortura é que ela eficaz.
Nos últimos dois anos do Bope, fiz militãncia contra a tortura.
Dizia que não valia a pena.
Que ninguém pediu para fazer aquilo.
Vejam a ação da PF.
Eles prenderam o juiz Nicolau sem dar um safanão.
O nosso policial acha que tem que dar pelo menos um tapa na cabeça”, compara.
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