Do site Congresso em Foco O senador Aloízio Mercadante (PT-SP) disse ontem (12) que o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não tem mais condições de voltar ao cargo a que renunciou, depois de mais de 130 dias de uma crise política sem precedentes na Casa.
Segundo Mercadante, o futuro do colega depende do desenrolar dos processos a que responde no Conselho de Ética. “Seu mandato depende da consistência das acusações e da capacidade de defesa que ele venha a apresentar até o julgamento das representações”, afirmou o senador, em nota.
O texto ainda diz: “O senador Renan Calheiros perdeu as condições de voltar a presidir o Senado”.
Desde o desfecho da primeira denúncia contra Renan (o senador foi absolvido, com a ajuda de seis abstenções, entre elas a do petista), Mercadante vem lutando para descolar sua imagem de uma postura incômoda.
O petista passou a atacar fortemente Renan, para virar o jogo perante os eleitores e parlamentares.
Renan percebeu a postura de Mercadante e ironizou: na sessão de terça-feira passada, quando o petista começou a falar, Renan, que estava na tribuna, virou as costas e disse: “Eu vou me abster de ouvir isso”.
Eis a íntegra da nota de Mercadante “Estou em viagem e não participei da negociação que levou ao afastamento do senador Renan Calheiros da presidência do Senado.
Este afastamento não resolve a grave crise do Senado e não altera o processo de julgamento das quatro denúncias referentes à quebra de decoro parlamentar que estão no Conselho de Ética, ainda que evite a interferência direta de senador Renan Calheiros, na condição de presidente da Casa, como vinha ocorrendo até então.
O senador Renan Calheiros perdeu as condições de voltar a presidir o Senado e o futuro de seu mandato depende da consistência das acusações e da capacidade de defesa que ele venha a apresentar até o julgamento das representações, o que deverá ocorrer até 2 de novembro.”