Está na edição da Época desta semana.
Entrevista com Alberto Pinheiro Neto, 43 anos, comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do Rio de Janeiro, e Ubiratan Ângelo, comandante-geral da Polícia Militar daquele Estado.
Eles são integrantes da tropa de elite na vida real. ÉPOCA – O filme Tropa de Elite mostra a realidade do Bope?
Alberto Pinheiro Neto – O filme é uma ficção.
Um ótimo filme, que deveria ter concorrido ao Oscar, mas é uma ficção.
O que tem de verdade ali é a determinação do policial do Bope em cumprir sua missão.
Essa é a verdade absoluta.
Ubiratan Ângelo – Na minha visão, é ficção.
Eu já vi o diretor e os atores do filme repetindo nos debates que o filme é ficção, não retrata o Bope de verdade.
O diretor já disse que as cenas de tortura usando sacos não correspondem à realidade.
A idéia foi tirada de dois filmes americanos. ÉPOCA – O Bope não tortura?
Pinheiro Neto – Eu tenho 400 homens e dois deles estão respondendo a processo por tortura, processos que vêm da época em que não eram do Bope.
Agora, o que é tortura? Às vezes, o promotor entende como tortura o policial que segura forte no braço de alguém e diz “fala isso assim e assim”.
Ubiratan – Já tivemos casos de tortura e corrupção no passado, que foram apurados e os responsáveis punidos, mas não é essa a tônica da polícia.
O Bope é uma corporação formada por seres humanos, e o desvio de conduta é natural do ser humano.
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