“Eu tinha falado que teria humildade suficiente para voltar atrás”.
Assim o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), informou à imprensa ter pedido aos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) que retornem à Comissão de Constituição e Justiça, de onde foram afastados pelo próprio líder há uma semana.Raupp telefonou para os dois senadores comunicando sua decisão.
Simon respondeu que vai refletir sobre o assunto e que lhe telefonará depois.
Jarbas disse que conversará com o líder na segunda (15) ou terça-feira (16) da próxima semana.
Raupp explicou aos jornalistas que reviu sua decisão depois de muita reflexão e de conversar com a maioria dos integrantes de sua bancada.
Ele disse que o bloco da maioria também se comprometera a trocar alguns nomes na CCJ.
Como isso não foi feito, esse foi mais um motivo que reforçou sua decisão de voltar atrás no afastamento de Simon e Jarbas.
E, como o senador Almeida Lima (PMDB-SE) estava designado para uma dessas vagas, Raupp agora está disposto a abrir mão do seu próprio lugar na CCJ para acomodá-lo na comissão. - Sem esse recuo, ficaria ameaçada a votação da CPMF? - indagaram a Raupp. - Não, pelo contrário.
Na CCJ, com as substituições do PMDB e se a bancada do bloco fizesse algumas substituições, melhoraria a situação.
Mas, no Plenário, acho que é indiferente; não alteraria muita coisa - analisou o senador. - Com o afastamento do presidente Renan ficaria mais fácil aprovar a CPMF? - perguntaram, então. - Eu prefiro não comentar esse assunto; é uma questão muito particular do presidente do Senado.
Cabe a ele refletir, fazer um exame profundo e tomar essa decisão.
A bancada está cautelosa, sempre esteve.
Este momento exige muita cautela.
Cautela porque é um membro da bancada.
Acho que a bancada tem-se comportado com muita coerência, com muita cautela - disse Raupp.
Indagado se a permanência de Renan à frente do Senado prejudica o PMDB em sua interlocução com o governo, Valdir Raupp disse que seu partido tem vários canais de comunicação com o Palácio do Planalto, entre eles, Michel Temer (presidente da legenda), Romero Jucá (líder do governo) e José Sarney (PMDB-AP).