A Câmara de Vereadores do Recife realizou hoje uma audiência pública sobre a concessão para destinação e tratamento de resíduos sólidos e hospitalares do Recife - Projeto “Lixo tem Valor” da Prefeitura - mas não acabou por satisfazer vereadores de oposição como Priscila Krause, para quem os questionamentos permanecem.
A vereadora reclama, por exemplo, da questão ambiental da incineração do lixo, prevista para acontecer e que ela vê como agressão ao meio ambiente, com a emissão de gases tóxicos. “A Prefeitura até agora não apresentou nenhuma proposta de ação de combate aos problemas ambientais que o projeto irá causar”.
Em relação ao consórcio de empresas contratado, a Recife Energia, caso ele não cumpra a execução do contrato e seja inadimplente, Carlos Muniz, engenheiro e presidente da Emlurb, afirmou que o lixo será destinado ao aterro, como acontece hoje. “Desta forma, todos os investimentos que serão aplicados para esta “nova” tecnologia correm o risco de ir literalmente para o lixo?
Onde está o “plano B” da prefeitura?”, questiona a vereadora Priscila Krause. “Antes que comece a execução do projeto, a população precisa ser informada sobre os detalhes do contrato, que devem incluir responsabilidades e sanções cabíveis ao consórcio contratado.
O problema do destino do lixo no Recife é, sim, um problema complexo de enormes proporções.
Mas isso não é motivo para que as coisas sejam feitas sem transparência”, acrescenta “O papel do Legislativo, neste caso, investido de sua função fiscalizadora, é evitar que uma obra que é estimada em R$ 308 milhões em 20 anos seja debitada aos cofres do povo do Recife e a situação continue a mesma.”, diz. “Outro ponto importante é o problema provocado com os moradores do município de Jaboatão dos Guararapes, um dos locais aonde o lixo será destinado.
Eles não concordam com o projeto, principalmente em relação a uma nova área de expansão do lixão no local, e questionam a falta de licitação para as operações.”