O senador Renan Calheiro afastou, pelo menos temporariamente, seu asessor especial, Francisco Escórcio, acusado pela revista Veja de estar reunindo informações contra opositores, do Democratas.

Em discurso na tribunal, o presidente do Senado disse que abrirá sindicância para apurar as denúncias contra o servidor. “Estou aqui desmentindo mais esta infâmia, e sei que poderei responder a outras na próxima semana.

Eu não tenho o direito de recuar.

Eu tenho um mandato a cumprir.

Eu vou até o limite das minhas forças para defender minha honra, provar a verdade, dizer aos meus eleitores e minha família que sou homem digno de ficar com o meu mandato”, enfatizou Renan.

O senador Marcondes Perillo, um dos que supostamente estaria sendo investigado, questionou os motivos que levaram o presidente do Senado a não demitir sumariamente o seu assessor especial, mas apenas afastá-lo temporariamente do cargo.

Renan disse que precisa assegurar ao assessor o direito de defesa. “Não quero prejulgar”, comentou.

Em seu discurso no Senado, Calheiros reiterou que é inocente de todas as denúncias de quebra de decoro parlamentar (já são quatro as representações contra ele) e mais uma vez atacou a imprensa que, estaria fazendo ataques sistemáticos para tirá-lo do cargo.

Pelo menos cinco senadores cobraram do presidente do Senado seu afastamento do cargo: Arthur Virgílio (PSDB-AM), Álvaro Dias (PSDB-PR), Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aloizio Mercadante (PT-SP).

A este último, respondeu com ironia: “Infelizmente vou encerrar o meu discurso e me abstenho de comentar o aparte de Vossa Excelência.” Mercadante foi um dos que se absteve na votação que poderia ter cassado o mandato de Calheiros.