Por Renato Lima Do programa Café Colombo, da Rádio Universitária “Um minuto de silêncio pelo relógio roubado do Luciano Huck” pediu o escritor Ferréz, ironicamente, ao público da Bienal do Livro durante o bate-papo literário, ontem(6), com a equipe do programa Café Colombo.
Na entrevista, o escritor paulista, morador da região do Capão Redondo/SP e porta-voz da literatura marginal, chegou a defender polêmicas e ilegalidades.
Ao ser indagado sobre as razões que o levam a qualificar como “guerreiros justos” os bandidos que aparecem em seus romances, pôs em questão se o menino favelado não teria direito a roubar para manter o vício das drogas. “É a necessidade dele, mano, quem sou eu pra julgar?”, alegou.
Não satisfeito, o escritor desdenhou ainda de artistas globais que aparecem na TV e orientam a não dar dinheiro para as crianças nos sinais. “Ficam dizendo que é melhor dar comida que dinheiro… eu quero saber se alguém anda com pacote de feijão no carro”.
Mas Ferréz disse que exerce o papel de líder educador na comunidade onde vive e que tem na literatura, sua “prostituta de luxo”, um instrumento de transformação social.
Segundo ele, muitos autores o decepcionaram, por terem um discurso social, mas prática diferente. “Quando eu chamo para ir no Capão Redondo eles têm medo, ou quando digo que estou perto da casa deles dizem logo que estão saindo no mesmo momento”.
Um dos poucos que não o decepcionaram foi Paulo Lins, autor de Cidade de Deus.
A íntegra da entrevista o leitor pode acompanhar nos próximos programas no Café Colombo, que vai ao ar aos domingos, 14h, na Universitária FM 99.9 ou nas atualizações do www.cafecolombo.com.br.
Na Bienal, a turma conversa nesta segunda (8), às 19h30, com Paulo César Araújo, autor da biografia, que já não está mais nas livrarias, de Roberto Carlos.