Do blog de Luís Nassif Tenho uma história sobre essa foto.
O senador Arnon de Mello era de uma terra em que contendas políticas se resolviam a bala.
Naquele dia, foi avisado que seu maior contendor, Silvestre Péricles, entraria armado no Senado.
Quando Péricles entrou, Arnon sacou do revólver e deu dois tiros.
Um deles quebrou um copo na mesa do Senador José Ermírio, que acabou se escondendo debaixo da mesa (e entalando).
O segundo matou o senador Keirallah, do Acre.
Essa foto me impressionou muito, nos meus 12 ou 14 anos.
Em 1980 e poucos, estávamos em uma roda de choro no Bar do Alemão, quando aparece o Nicodemos Pessoa, velho amigo, acompanhado de um rapagão.
Sentaram-se e Pessoinha apresentou: “Este aqui é o Pedro Collor, filho do Senador Arnon de Mello”.
Ninguém se lembrava mais da família Collor de Mello.
Aí o diabo me cutucou e trouxe à lembrança a cena fatídica.
Com alguns chopps a mais, fui inconveniente: “Seu pai não foi aquele que matou o senador Keirallah?”.
Com muitos uísques a mais, Pedro Collor se levantou para brigar.
Continuei no meu canto brincando com o bandolim, enquanto os amigos seguravam o touro bravo.
A última cena, gozadíssima, foi Pedro sentado na cadeira e Pessoinha – que, de pé, tinha a altura de Pedro sentado – lhe passando a maior bronca: “Você é a vergonha do nordeste.
Trago aqui para apresentar os meus amigos e você me dá esse vexame”.