Na mesma semana em que a ministra Dilma Roussef reclamou do andamento da Transnordestina, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sdec), depois de reunião com o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e Companhia Ferroviária do Nordeste, informou que na próxima segunda-feira terá início do processo de desapropriação dos 358 imóveis, inseridos no 165 km que ligam Salgueiro a Trindade, para a construção da ferrovia no trecho.

As desapropriações serão levantadas pela pernambucana Geosistemas Ltda, contratada, através de licitação pela Sdec e DNIT.

O prazo máximo para a conclusão do trabalho é de 210 dias (até o próximo dia 06 de abril de 2008), mas o diretor da empresa, Henrique Pinto, garantiu que pleito pode ser atendido muito antes do previsto.

Ele também garantiu a liberação de um trecho de pelo menos 20 km até o final deste ano, para que a CFN comece a tocar as obras.

Nesta fase, o custo estimado das indenizações é de mais de R$ 1,5 milhões.

A ferrovia terá extensão de 1,8 mil km, ligando Eliseu Martins, no Piauí, aos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco.

Está previsto um investimento total de R$ 4,5 bilhões.

Sem sair o papel, a Ferrovia Transnordestina já tem recursos garantidos do Governo Federal, através do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social - BNDES, do Fundo de Investimentos do Nordeste - Finor, do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação - FNDE, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da CFN.

Conta também do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)l.

De acordo com o secretário Fernando Bezerra Coelho, a ferrovia vai promover 620 mil novos postos de trabalho.”O projeto exige empenho e fôlego do Governo.

Estamos trabalhando firme na busca de parceiros”, assegurou. “A Transnordestina será o principal instrumento de integração da economia do estado e sua conclusão potencializará Suape, que passará a escoar soja e milho, fomentando a industria avícola (concentrada no Agreste do Estado) e colocará Pernambuco na posição de maior exportador de aves do Brasil”, explicou Coelho.

O Pólo Gesseiro do Araripe também terá pela primeira vez atuação no mercado externo, a partir da ferrovia.