A editoria de Cidades do JC publica hoje uma entrevista com o adolescente de 15 anos que confessou ser o autor do disparo que matou a dentista Rafaela Arcoverde da Silva, 26 anos.
Ela foi baleada pelas costas no sábado ( ), quando chegava na casa do noivo, no Cordeiro e morreu dois dias depois, depois de dois dias internada na UTI de um hospital particular.
O jovem foi apreendido durante uma operação policial nos Coelhos, área central da capital, com um comparsa de 16 anos, que também participou da investida.
Abaixo, alguns trechos da entrevista: Antes de seguir para o Instituto de Medicina Legal (IML), o adolescente de 15 anos, assassino confesso da dentista Rafaela Arcoverde, 26, concedeu entrevista ao JC.
Disse que efetuou o disparo porque ela reagiu à tentativa de assalto e se mostrou arrependido.
JORNAL DO COMMERCIO – Foi você quem planejou o crime?
ADOLESCENTE – Não.
A gente não planejou nada.
A gente saiu para andar por aí.
Estávamos na esquina, quando vimos ela descer do carro e e resolvemos botar a parada (assaltar).
Era um carro bom… um Siena ou Corolla.
Só eu estava armado.
JC – E como vocês abordaram-na?
ADOLESCENTE – Chegamos junto e eu anunciei o assalto.
Ela tomou um susto, deu uma tapa na minha mão, no revólver, e saiu correndo.
Foi nessa hora que atirei.
O tiro não ia pegar nela não.
Ia bater na parede.
Mas na hora que ela correu, a bala bateu nas costas.
JC – E o que fizeram depois?
ADOLESCENTE – Saímos correndo para o outro lado.
Joguei a arma no campo cheio de mato que tem lá na esquina (da Rua Coronel Fernando Furtado, onde ocorreu o crime, com a Avenida Nossa Senhora da Saúde).
Depois, peguei um táxi e fui para casa.
Não consegui dormir.
JC – Você sabia que ela morreu?
ADOLESCENTE – Vi pela televisão depois.
Não consegui dormir todos esses dias. fiquei arrependido…
JC – O carro seria vendido?
ADOLESCENTE – Não.
Léo, que tem 18 anos, ia levar o carro.
Mas a gente ia só pegar o som e celular.
Depois, a gente ia deixar em qualquer lugar limpeza (tranqüilo, sem polícia).
JC – Onde você conseguiu a arma?
ADOLESCENTE – Tinha comprado na feira do troca da Avenida Dantas Barreto há um mês (Centro do Recife).
Fiz rolo (negociei) numa bicicleta e paguei mais R$ 250 pelo ferro (revólver calibre 38), que joguei fora.
JC – Com quem você mora?
ADOLESCENTE – Com minha mulher, que tem 15 anos, lá nos Coelhos.
Ela está grávida de três meses e não sabia de nada.
Fiquei com medo de contar para ela.
JC – Onde a polícia lhe achou?
ADOLESCENTE – Eu estava indo para a escola.
Faço a 8ª série num colégio municipal.
JC – Você já tinha sido preso antes?
ADOLESCENTE – Fiquei dois meses na Fundac.
Me pegaram com uma arma, mas saí logo.
JC – Você tem algum vício?
ADOLESCENTE – Não.
Só fumo de vez em quando.