O governador Eduardo Campos fez uma visita ao grupo Suzano, na Bahia, mas o resultado do encontro é mantido em absoluto sigilo. “É coisa boa que vem por aí”, informam auxiliares.

O governador viajou até a sede da empresa para discutir a atração de um novo empreendimento do grupo para o Estado, na esteira da chegada de grandes projetos petroquímicos.

A empresa produz polipropileno e nafta e pode a vir instalar-se em Suape.

Ela tanto pode receber matéria-prima da refinaria como ser fornecedora para a cadeia produtiva que se espera ver instalada ao redor do novo negócio da Petrobras e de outras que virão, como capitais chineses para a área têxtil. “Vai ter um grande mercado para este grupo”, confirma, em reserva, com medo de cascudo do governador, uma fonte.

O setor petroquímico é responsável justamente por transformar subprodutos do refino do petróleo (como a nafta) e do gás natural (etano e o propano, entre outros) em bens de consumo e bens industriais.

A reserva ocorre porque a empresa é acionista da bolsa de valores.

Desde o começo de agosto, a Petrobras anunciou a compra da Suzano Petroquímica por R$ 2,7 bilhões, sendo R$ 2,1 bi para controladores e R$ 600 milhões de oferta pública para minoritários.

Com a aquisição, a Petrobras passa a controlar cerca de 30% do mercado e torna-se a segunda maior petroquímica do país, atrás apenas da Braskem.

Assim, a Petrobras passou a atuar nas duas pontas, como fornecedora e consumidora.

Isto revoltou a Braskem.

Líder latino-americana na produção de resinas de polipropileno e segunda maior produtora de resinas termoplásticas do Brasil, a Suzano possui capacidade de produção de 685 mil toneladas por ano de polipropileno, distribuída e suas três unidades industriais.

A empresa, que iniciou suas atividades em 1974, detém também o controle compartilhado da Riopol, produtora de polietileno, e da Petroflex, produtora de elastômeros sintéticos.

No segundo trimestre deste ano a empresa apontou um lucro líquido consolidado de R$ 72,13 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 26,31 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

Entre abril e junho, a receita líquida da companhia marcou R$ 700,62 milhões, valor 18% maior do que no segundo trimestre de 2006.