Por Edílson Silva No próximo dia 8 de outubro lembramos 40 anos de imortalidade de Che Guevara.
Nesta data, em 1967, o revolucionário argentino, líder da revolução cubana, tombou em solo boliviano, combatendo pelo socialismo e pela liberdade.
Homem de larga cultura e exemplo inquestionável de coerência revolucionária, Che teve apenas 39 anos para passar pessoalmente ao mundo seus ensinamentos.
Em grande medida, a militância de Che sintetizava, de forma inteligente e apaixonante, o legado de Simon Bolívar, Tupac Amaru, José Marti e Karl Marx.
Talvez por isso, nas palavras de Jean-Paul Sartre, “Che viveu como o homem mais completo do século XX”. “Voltarei e serei milhões”, afirmava o Che, tomando emprestada a frase proferida por Tupac Katari, líder indígena boliviano assassinado em 1871 pelos invasores espanhóis.
Che estava enganado.
Nunca se foi!
No exato momento em que pensavam estar lhe matando, ele brotava com ainda mais força no corpo de todo aquele que sente indignação contra qualquer tipo de injustiça.
Em tempos de reanimação da luta pela verdadeira soberania latino-americana, em que povos como o venezuelano e boliviano mostram o caminho da soberania e da liberdade, o exemplo e a presença do Che funcionam como combustível para a revolução democrática e anti-imperialista que nosso sub-continente precisa passar.
E é por isto que tentam assassina-lo novamente.
Na semana em que comemoramos 40 anos de sua imortalidade, a revista Veja protagoniza um atentado contra a “vida” do Che.
Acusam-no de ter sido violento, imprudente, fracassado e inclusive covarde.
Para comprovar as acusações, amparam-se em depoimentos dos “exilados” de Miami.
A reportagem de Veja, que está na capa obviamente, é tão grotesca que seja a ser patética.
Afirma que Che está na lata de lixo da história, mas ao mesmo tempo reconhecem que a imagem do Che está tatuada no braço de Diego Maradona e no abdomem de Mike Tyson, e também no biquíni da Gisele Bundchen.
E quando uma criança ou um desinformado perguntar de quem é aquele rosto?
A resposta não poderá ser outra. É o rosto do líder de uma revolução socialista, da revolução cubana, de um herói latino-americano.
Para o desespero de Veja (leia aqui), ninguém quer tatuar no corpo o rosto de Pinochet, ou sair por aí com uma camiseta com a foto do Médici.
Inclusive, na próxima edição talvez a Veja tenha que tratar da prisão dos cinco filhos do ditador chileno Augusto Pinochet.
A herança que Pinochet deixou aos filhos, além de um rastro de covardias e desrespeito aos direitos humanos, foi a fuga constante da justiça por crimes comuns, por roubo.
Estes sim estão na lata de lixo da história.
Outros, como Hugo Banzer, que comandava o estado boliviano quando da prisão e assassinato de Che, são tão anônimos e irrelevantes para a história quanto aquele que puxou o gatilho que imortalizou o herói latino-americano.
Contudo, a referida reportagem revela um fato inconteste: Che vive!
Caso contrário, porque tentar assassiná-lo novamente?
Che não foi original apenas pela sua causa, mas sim pela forma como sintetizou os ideais de liberdade e em defesa da humanidade e da verdadeira civilização.
Sua farda e sua pistola sempre presentes mostravam o homem sempre pronto a defender a revolução socialista até as últimas conseqüências.
Ao mesmo tempo foi o porta-voz e veículo de uma mensagem que pregava a construção do homem socialista como sujeito humano mais elevado, abundante em ternura e solidariedade humana.
Assim, o Che contaminou a atmosfera do nosso planeta com suas idéias, e soube deixar no ar da nossa América Latina um perfume irresistível de desejo de transformação social.
Vida longa ao Che!
PS: Presidente do PSOL/PE, foi candidato ao Governo do Estado em 2006 e escreve todas as sextas para o Blog do Jamildo.