Da Editoria de Política Sob pressão da opinião pública e de deputados que fazem parte do grupo que querem o fim imediato do nepotismo na Assembléia Legislativa, a maioria parlamentar que defende que se aguarde pela posição da Câmara Federal revelou, nesta segunda-feira, os nomes dos parlamentares que não assinaram a lista de adesão à proposta de somente votar uma lei para o Legislativo estadual se o Congresso Nacional acabar com a prática.

Ao todo, 13 negaram-se a assinar a lista de adesão que referenda a posição do presidente da Casa, Guilherme Uchoa (PDT), que tem um filho empregado em seu gabinete e prega que a Câmara se posicione primeiro antes da Assembléia tomar uma decisão.

Um dos autores da idéia da lista, o deputado Emanuel Bringel (PSDB) – que tem dois sobrinhos empregados em seu gabinete – admitiu que superdimensionou a lista de adesão.

O “abaixo-assinado” dos pró-permanência do nepotismo, enquanto a Câmara dos Deputados não votar projeto que o extinga, conta com 33 assinaturas – e não 40, como divulgaram na semana passada – dos 49 deputados da Casa.

A maioria dá como certa, ainda, a adesão de mais três que se encontram em viagem: Miriam Lacerda (DEM, que voltou ontem, mas não foi consultada), Ciro Coelho (DEM) e Lourival Simões (PR). “A lista está com Sebastião Rufino (DEM).

Ele só vai mostrar depois que os três assinarem”, disse Bringel.

Assumiram a autoria da lista os deputados Emanuel Bringel, Sebastião Rufino e Eduardo Porto (PTdoB), isentando o presidente da Assembléia, Guilherme Uchoa (PDT), da iniciativa, que estava na berlinda por assumir publicamente o nepotismo como prática legal e legítima.

A proposta da lista foi uma reação aos que pregavam um imediato projeto de emenda constitucional (PEC) para acabar com o nepotismo no Poder Legislativo de Pernambuco, único ainda a resistir a acabar com o “empreguismo” de parentes no serviço público.

O Executivo teve o seu projeto aprovado pela própria Assembléia há três semanas, o Judiciário acabou por resolução do Conselho Nacional de Justiça, e o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado proibiram a prática também por resoluções internas. “Ninguém é contra a lei.

Só estamos esperando que o Congresso Federal aprove primeiro”, repetiu o argumento Bringel.

De acordo com os próprios deputados, não há previsão, no entanto, de quando o projeto da Câmara será votado.