O terceiro maior banco do México, o Azteca, começa a operar no Brasil em janeiro de 2008, escolhendo Pernambuco como sua base de operações.
O anúncio foi feito neste domingo (30/09), pelo presidente do Grupo, Ricardo Salinas, depois de ter sido recebido no Palácio do Campo das Princesas pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
O banco atuará combinado com a rede de lojas de eletrodomésticos Elektra, e inicia suas operações com 10 lojas/agências localizadas em bairros da periferia do Recife e Olinda.
Para esta primeira etapa, serão investidos US$ 25 milhões (cerca de R$ 50 milhões).
De acordo com o governo Eduardo, o Banco Azteca tem como principal característica o microcrédito para setores populares.
Segundo Ricardo Salinas, o foco principal do crédito concedido pelo banco é o consumo.
No entanto, haverá também um programa especial de microcrédito produtivo. “Não cobramos tarifas, apenas taxa de juros que serão as mais competitivas do mercado.
Nosso Banco trará grandes benefícios para os setores mais pobres da população”, garantiu Salinas. “O Grupo Azteca chega ao Brasil em um momento importantíssimo da economia do país.
Chega de forma diferente, pelo Nordeste”, disse Eduardo Campos, que visitou a sede do Grupo durante sua viagem ao México na semana passada.
Para o governador, a instalação do Banco Azteca deixa claro o compromisso assumido pelo presidente Lula de buscar a democratização dos créditos no Brasil no intuito de acelerar a economia.
Ricardo Salinas também ressaltou a interferência do presidente para a chegada do grupo ao Brasil. “Vejo no mercado brasileiro um potencial ainda maior do que o que temos no México.
Começamos por Pernambuco por ele ser o centro do Nordeste e um dos estados que mais devem crescer nos próximos anos.
Esperamos que em pouco tempo nossos investimentos cheguem a US$ 200 milhões”, adiantou.
O mexicano ainda revelou estar à procura de uma casa histórica em Olinda para restaurá-la e fazer dela a sede do Banco.
O projeto é criar, também, um centro cultural que sirva de intercâmbio entre mexicanos e brasileiros.
Há dois anos que uma equipe de consultores ligada ao grupo visita regularmente o Brasil para conhecer as peculiaridades do mercado local.
Foram esses estudos que determinaram a escolha da região Nordeste para a inauguração das primeiras lojas.
Segundo consultores do Grupo Salinas, as vantagens apontadas são essencialmente duas.
A primeira é o perfil da população, já que 5% das classes C, D e E vivem no Nordeste do país e o aumento da renda local está ajudando a impulsionar o desenvolvimento da região.
A segunda é a ausência das maiores redes nacionais que ainda não enxergaram no Nordeste, um mercado altamente promissor.
Pela manhã, a comitiva mexicana, acompanhada pelo vice-governador João Lyra Neto, fez uma visita ao Porto de Suape.
Lá, assistiram um vídeo sobre a economia de Pernambuco, e uma apresentação sobre Suape, mostrando todas as vantagens e diferenciais do Complexo.
De acordo com o governo, Ricardo Salinas mostrou-se bastante impressionado com a dinâmica economia do Estado, principalmente sobre o Porto Digital e o Pólo Gesseiro.