O diretor de administração do Banco do Nordeste, Victor Samuel Cavalcante da Ponte, é alvo de uma investigação da CGU (Controladoria Geral da União), segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista “Época”.
Indicado para o cargo pelo ex-ministro da Integração Nacional e deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), Ponte é suspeito de ter assinado irregularmente um acordo que reduziu de R$ 65 milhões para R$ 6,6 milhões uma dívida da empresa Frutan S/A (Frutas do Nordeste do Brasil) com o banco.
De acordo com a reportagem, Ciro Gomes foi avisado da investigação pelo próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Ponte, de acordo com “Época”, é amigo de infância de Ciro e foi um dos arrecadadores de recursos para sua campanha a deputado e para a de seu irmão, Cid Gomes, ao governo do Ceará. “Homem de confiança de Ciro, Ponte enfrenta mais que o processo administrativo do Banco do Nordeste. É investigado também pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal por suspeita de fraude no Banco do Nordeste”, afirma a “Época”.
Neste sábado, o deputado Ciro Gomes (PSB) afirmou, em nota encaminhada à revista “Época”, que vincular o nome dele a irregularidades supostamente cometidas por Ponte é “forçar notoriamente a barra”.
Ciro declarou que o Ministério da Integração Nacional, pasta que comandou até 2006, teve uma participação limitada na renegociação das dívidas da Frutan e que o Banco do Nordeste é subordinado ao Ministério da Fazenda –e não ao da Integração Nacional.
O deputado disse ainda que deixou de ser ministro antes de a AGU (Advocacia Geral da União) se posicionar contra a renegociação das dívidas.
Na nota, Ciro disse que recomendou a Mantega que o inquérito apure toda a suspeita e que Ponte aguarde as conclusões fora do cargo. “Se houve, da parte de quem quer que seja, algum erro ou irregularidade, esse alguém deve ser punido na forma da lei”, afirmou.