FOLHA - A história do protagonista de “Duas Caras”, que se casa por interesse, foge com o dinheiro da mulher e faz plástica para mudar de vida, é inspirada na de José Dirceu?
SILVA - Não posso negar que ele tenha me inspirado, assim como outros, como o ex-chefe de censura militar Romero Lago.
Abadía [traficante que fez plásticas para fugir da polícia] veio depois, mas tem muito a ver também.
E a história do Zé Dirceu sempre digo que é uma lenda urbana, como a dos jacarés que vivem no esgoto, e essa comparação é bem interessante…
O fato é que essa história -casamento, vida dupla, abandono da segunda vida para voltar à política- já ouvi centenas de vezes, mas toda vez ela me faz muito mal, porque sinto uma crueldade muito grande.
Uma pessoa que faz isso é capaz de qualquer coisa.
Tenho medo dele.
Confesso que quando ele era chefe da Casa Civil, sempre pensava nisso.
Tenho horror.
FOLHA - Regina Duarte tinha medo de Lula, e o sr. tem de José Dirceu…
SILVA - Pois é, mas eu acho que o Zé Dirceu era o rosto que o Lula não queria mostrar.Leia a íntegra aqui.