Da Editoria de Economia Executivos da Sadia estão percorrendo pelo menos 12 municípios do Estado para avaliar as condições das cidades de sediar uma fábrica de embutidos (salsicha, linguiça e salame, por exemplo) da empresa.
Na última quinta-feira, a parada foi em Goiana (60 km do Recife), onde assistiram a uma apresentação sobre as potencialidades do município e sabatinaram o prefeito e secretários da cidade com um questionário de 200 perguntas.
De acordo com informações do mercado, a companhia vai investir R$ 60 milhões na unidade e gerar 700 empregos.
O secretário de Planejamento Estratégico de Goiana, Cláudio Manguinho, acredita que o município poderá ser pelo menos um dos “finalistas” na prospecção da Sadia. “Os representantes da empresa ficaram bem impressionados com o que apresentamos, principalmente nas áreas de infra-estrutura e logística.
Nenhum dos questionamentos que eles nos fizeram ficaram sem resposta.
Acreditamos que teremos uma segunda rodada de conversa”, aposta.
O pólo avícola do Estado está concentrado, principalmente, na Zona da Mata e em parte do Agreste.
Na avaliação do presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Antônio Corrêa de Araújo, os produtores locais têm condições de fornecer aves para os projetos da Sadia e da Perdigão, que já anunciou um investimento de R$ 280 milhões em Bom Conselho, no Agreste. “Temos abatedouros em condições de atender ao mercado.
O que o setor quer é cliente e previsibilidade de pedidos para produzir”, observa Araújo.
O empresário lembra que os abatedouros do estado têm folga na capacidade instalada, lembrando que enquanto grandes fábricas como da Sadia e da Perdigão trabalham com três turnos, no Estado a ocupação das unidades acontece apenas em um turno.
Araújo também acredita que o modelo adotado pela Sadia poderá ser de fazer parceria com os grandes abatedouros. “Esses grandes vão fomentar a cadeia produtiva e aumentar a rede de integrados que fornece o frango”, acredita.
Este ano Pernambuco deve produzir 251 mil toneladas de frango.
O Estado abastece os vizinhos Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.
Além de Goiana, os executivos da Sadia também visitaram Vitória de Santo Antão, Carpina e Cabo de Santo Agostinho.
Pelo percurso feito pela empresa, a intenção é se instalar em um dos municípios do pólo avícola. “É possível trabalhar com fornecedores integrados num raio de até 100 quilômetros, recebendo produção de toda a região”, explica Araújo.
O gerente geral da Sadia no Norte e Nordeste, João Ferreira, que participou da reunião em Goiana na quinta-feira, confirma que a empresa está fazendo prospecções no Estado, mas não adianta maiores detalhes.
O presidente da AD Diper, Jenner Guimarães, diz que as rivais Perdigão e a Sadia começaram a negociar a vinda para o Estado no mesmo período.