O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o presidente Lula o incumbiu, juntamente com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, de sanar os problemas com a base do governo no Senado, especialmente com o PMDB, principal responsável pela rejeição da Medida Provisória 377/07 na noite de quarta-feira.

De acordo com Jucá, o governo “tem várias opções” administrativas para contornar a extinção da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, ocupada até quarta pelo filósofo Roberto Mangabeira Unger, e o fim de 626 cargos criados pela MP.

O líder do governo observou que a extinção de cargos está prejudicando também a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a do Nordeste (Sudene).

Durante encontro com Lula pela manhã, o senador disse considerar “legítima, mas exagerada” a reação do seu partido às nomeações que o governo fez em estatais para contemplar o PT. – Esse descontentamento poderia ser expresso de outra forma, já que fazemos parte de um governo de coalizão – lamentou, lembrando que senadores de outros partidos da base de apoio ao governo, como do PDT, votaram também pela rejeição da MP.

Para Jucá, a derrota do governo não teve nada a ver com a crise em torno do presidente do Senado, Renan Calheiros.

Essa é igualmente a opinião do senador Renato Casagrande (ES), integrante do PSB, partido da base governista. – Renan é responsável pela crise do Senado.

No que se refere ao PMDB, a presença dele contribui apenas para energizar as relações entre a bancada do partido e o governo – analisou Casagrande, um dos relatores que pediram a perda do mandato do senador por Alagoas no processo votado pelo Plenário no dia 12.

Mas Casagrande chamou a atenção para os riscos de piora nas relações entre o governo e o PMDB, com reflexo nas votações, caso o partido decida usar o mandato de Renan Calheiros como item de negociação.

Lembrando pertencer à base governista, mas que não precisa “concordar com tudo”, Casagrande cobrou do governo mais “eficiência e método” na condução de suas relações com os partidos. – O governo está refém de sua própria falta de planejamento – resumiu.

Tião Viana (PT-AC) atribuiu o episódio da MP 377 ao modo como tradicionalmente “o PMDB velho de guerra” busca espaço dentro do governo.

Para ele, a aprovação da prorrogação da CPMF no Senado deverá ser difícil por outras razões que não os atritos entre o governo e os peemedebistas.

Do Senado