O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) divulgou na tarde desta quinta (27), nota sobre a saída de Cadoca do partido.

Leia a íntegra. “Recebi na última terça-feira (25), correspondência do deputado Carlos Eduardo Cadoca, na qual ele comunicou a decisão de abandonar o PMDB.

Só tenho a lamentar a sua decisão, mas respeito democraticamente sua opção.

Na carta, o deputado Cadoca coloca que temos “avaliações políticas diferentes sobre a realidade política nacional e sobre os destinos do PMDB”.

Concordo em gênero, número e grau.

O PMDB pernambucano, de forma majoritária, é contra o apoio ao Governo Lula.

No Senado, sou dissidente do partido e integro as forças de oposição.

Nessas circunstâncias, devo admitir, teria imensa dificuldade em caminhar com a candidatura do deputado Cadoca, pois além de votar com todas as propostas do Governo Lula, ele também passou a fazer indicações políticas para cargos na administração federal – na contramão da maioria do PMDB pernambucano.

Vale ressaltar que, nas últimas semanas, o Governo Federal entrou numa escalada, sem nenhum pudor, conforme registra toda a Imprensa, de trocar apoio político no Congresso Nacional por cargos e liberação de verbas públicas.

Trata-se de uma prática com a qual não concordo, condenada pela opinião pública.

Por isso defendi, desde o final de 2006, que o PMDB mantivesse uma posição de independência com relação ao PT.

Para manter a coerência política, que é uma de suas marcas históricas, o PMDB de Pernambuco é hoje oposição nos três níveis – na União, no Estado e no Recife – pois foi para onde as urnas nos mandaram, nas eleições de 2004 e de 2006.

Na democracia é assim: quem ganha governa, quem perde vai para oposição fiscalizar.

Tenho certeza de que o PMDB assegurou a Cadoca todo o espaço e prestígio, durante sua permanência no partido, como ele próprio reconhece na correspondência que me enviou, ao ter sido presidente da Câmara do Recife, deputado estadual, deputado federal, secretário municipal e secretário de Estado, nas nossas administrações como prefeito e governador.

No início deste ano, tornei pública a minha decisão, que não é nova, de que só trataria das eleições municipais no início do próximo ano, por achar que o País tem uma agenda mais importante a ser discutida este ano.

Com eleições de dois em dois anos, não podemos nos dar o privilégio de antecipar a agenda de campanha, de precipitar o calendário eleitoral.

Mesmo assim, opinei que era favorável a consultas – no próprio ano eleitoral – no âmbito do partido para definir o candidato a prefeito do Recife, já que o PMDB tinha dois postulantes, Cadoca e o deputado federal Raul Henry.

A forma como isso seria feito, no entanto, caberia à Executiva Estadual do partido, da qual, inclusive, não faço parte.

Ao exigir a realização das prévias antes do prazo legal para a troca de partido, o deputado Cadoca, na verdade, sinalizou que, em caso de derrota, abandonaria do PMDB do mesmo jeito.

No atual processo, em nenhum momento, apresentei preferência por este ou aquele nome.

Para confirmar isso, basta consultar minhas declarações à Imprensa.

Considerei que ambas as postulações são legítimas, pois são dois deputados com larga folha de serviços prestados ao PMDB e a Pernambuco.

Devo informar, por questão de transparência, que em nenhum momento – desde que ele se colocou como postulante – fui procurado pelo deputado Cadoca para discutir a questão.

Fiz um apelo de público pela permanência do deputado Cadoca no PMDB, quando, por meio da Imprensa, ele afirmou que iria se filiar a um outro partido para disputar a Prefeitura do Recife.

Como resposta, Cadoca afirmou que \ o momento oportuno\ me procuraria para conversar.

Isso nunca ocorreu.

Jarbas Vasconcelos Senador PMDB-PE”